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Dizem que Outubro é o mês dos grandes craques: Pele, Maradona e Falcon. Para mim é o mês do Arco e de meu aniversário. O que isto tem haver com o assunto que vamos tratar? Absolutamente nada.
Vamos deixar uma coisa bastante clara. Não me trás vantagem alguma defender o reprodutor nacional. Não tenho procuração dos mesmos e sei que cada vez que exerço esta opção, a de defende-los, o faço sabedor que irão para ele, sempre um número menor e de menor qualidade de éguas. E a cada ano a situação irá se deteriorar tenha ele o resultado que tenha. Como não tenho tendências suicidas e muito menos sou afeito a atos de auto mutilações, não defendo porque que quero e sim por achar uma solução lógica.A criação do cavalo de corrida se fez, com a volta daqueles machos que melhor se saíram em pista, sendo por isto agraciados com a supremacia no breeding-shed. Numa época em que os pedigrees ainda estavam se formando, a pista era o única resposta lógica ao apelo de melhoramento da raça.O tempo determinou quais as tribos eram dominantes. mas o crivo do espelho de chegada nunca abandonou a mente dos criadores do hemisfério norte.
Da mesma forma que você possa ter pouco dinheiro e assim mesmo comer bem e se vestir bem, sem grandes restaurantes e as Guccis da vida, você pode se transformar em um criador de alta competitividade se souber dosar suas possibilidades. E o cavalo brasileiro que se mostrou apto em pista é uma solução. Se ele o fez aqui e nos Estados Unidos, melhor ainda. E se seu pedigree for acima da média, mel na sopa! O duro é ver que mesmo quando um elemento nacional é capaz de reunir estas três premissas, ser ignorado pelos grandes haras brasileiros.
Lembram da lista gentilmente cedida pelo José Carlos Fragoso Pires, Junior. Nela Clackson (foto de abertura) em sua primeira monta, no haras Nacional recebeu apenas 10 éguas, no segundo ano 13 e no terceiro 24. Ele não foi "ajudado". Achou o seu caminho por esforço próprio. O tempo passa e poucas são as coisas que muda,. Ay Caramba um filho do leading sire Roi Normand numa das mais conceituadas matriarcas de nossa história, Onefortheorad, ganhador de provas de cunho máximo no Brasil e nos Estados Unidos, recebeu em seu primeiro ano 12 éguas - acredito que todas do Doce Vale - no segundo ano 7 e no terceiro 3. Quais seriam as chances dele vir a dar certo? E mesmo assim, com o tempo ele já soma para si três ganhadores de grupo, sendo um ganhador do Brasil, e outra terceira colocada no OSAF carioca.
Vocês lembram do Grimaldi? Um Executioner com mãe excepcional de uma linha materna argentina de fino trato, e que não foi ignorado pelos maiores haras de nosso criatório? Ele foi o único cavalo a ganhar os dois Derbies, o Brasil e o São Paulo. Tinha um fisico soberbo e mesmo assim, não criou em nossa atividade nenhum clamor. E aos trancos e barrancos ainda foi capaz de gerar seis individuais ganhadores de grupo, sendo dois de graduação máxima. Comparem com o que os haras que produziram com ele ganhadores de grupo, fizeram com outros reprodutores.
Devo citar outros?
Vocês teriam idéia de grandes opções que se tornaram nulas, por serem desde o início, ignoradas? Graças a Deus, alguma chance está sendo dada a Setembro Chove e a Gloria de Campeão (foto abaixo), pura e simplesmente, pela resposta que seus filhos estão dando até aqui em pista.
E mesmo sofrendo a falta de respeito que sofrem, Clackson (47), Redattore (24), Romarin (19), Dancer Man (16), Baronius (11), Only Once (10), Egoísmo (10) e Itajara (10) conseguiram estar entre os únicos 67 reprodutores de nossa história a produzir 10 ou mais individuais ganhadores de provas de grupo.
