O turfe carioca - o que em melhor estagio se encontra no momento no cenário nacional - estava nublado e sujeito a tempestades. Nada parecia poder acontecer em prol de sua melhoria já que suas condições permaneciam inalteradas. Inércia de um gerenciamento ultrapassado. Outrossim, na quinta feira, uma luz acendeu no fundo do horizonte e creio que a esperança, pelo menos de muitos, renasceu.
Os associados do club, embora em sua grande maioria não sejam afiliados ao turfe, estavam demonstrando não é de hoje, um certo descontentamento no gerenciamento do mesmo. No hipódromo evidentemente que a situação era mais critica para a antiga presidência. Está certo que as pessoas envelhecem, morrem e ainda existem aqueles que vendem seus títulos. Mas desde a primeira eleição do senhor Luis Alfredo Taunay a de 2,000, que seu eleitorado nas urnas tem emagrecido.
No ano de sua primeira eleição, na qual bateu a Julio Bozano, obteve 1,399 votos. Vejam que em 2004, este número caiu para 1,308. Num montante de menos quase 400 votos. Para o universo deste tipo de eleição é um número alarmante. Em 2016, quando de sua volta ao palco como protagonista, não mais como mentor por trás das cortinas, a queda me pareceu drástica, obtendo apenas 896 e ontem estes votos - mesmo com a ajuda eletrônica - não passaram de 854 votos. Não foi uma queda gritante? O que nós faz crer, que não houveram adesões, em relação a qualidade de sua gestão e sim apenas manutenções de gente fiel a ele.
Quando perguntado, sobre o que achava das eleições, comentava que se alguém conseguisse 1,000 votos venceria com folgas as eleições. Pois o atual presidente dificilmente alcançaria algo superior a 900. O problema seria achar estas mil pessoas, num clube onde a meta principal deveria se a exploração das corridas de cavalos e eu não tenho sequer certeza da existência de 1,000 proprietários com títulos de sócios.
Houve o Covid-19 e isto auxiliou em muito a situação que pode acionar a instância do voto eletrônico. Pois, como é sabido o eleitorado de ex-presidente contava com certa idade e muitos com problemas para se locomover. Acredito que com o voto apenas presencial, a diferença seria ainda maior. E atentem que segundo informações que obtive, 75% dos votos foram eletrônicos.
O turfe tem que ser entendido, segundo o Jose Carlos Fragoso Pires Junior, cada vez mais como uma atividade economicamente relevante e não mais como o esporte dos reis. E menos ainda como um doente terminal, como o ex-presidente deixou claro perante autoridades governamentais. Então porque querer um quarto mandato? Complexo de Evo Morales? Fazer no quarto o que não fez nos três anteriores? Fixação por pacientes terminais? Complexo de Édipo? Ou simplesmente a sede do poder?
Acredito que além de suas idéias, o novo presidente estará apoiado por gente dotadas também grandes idéias e conta com algo que considero por demais importante. Tempo. Primeiro porque é jovem. E segundo pois serão necessários pelo menos oito anos para se iniciar a formação de uma oposição e 16, para que esta oposição esteja forte o suficiente, para lhe fazer frente. E não falo da ex-situação que automaticamente virará oposição, a partir desta sexta feira. Esta terá seu estandarte com quase 90 anos, um eleitorado reduzido a 36 elementos com condições de votar, sendo que 11 deles na UTI.
Na verdade, não espero ver outras eleições. Anseio daqui para frente apenas por aclamações de chapas únicas.