Em algum momento de sua vida, você poderá vir a precisar de um médico, de um sacerdote, de um advogado, de um assessor em finanças e até de um agricultor. Pois, eles são parte de sua existência. Mas dificilmente de um artista da Globo ou mesmo de um cavalo de corrida.
Outrossim, nestes dois últimos itens, há de se convir, que existem fans. Tanto das novelas quanto das corridas de cavalos. Gosto para tudo.
Dias atrás mencionei a audácia de se levar um cavalo brasileiro para a Argentina e simplesmente oferecer 100 de suas éguas. Pois é, isto para mim representa a coragem de quem não tem medo de cair na primeira bala, sabedor que algo de bom haverá atrás de sua arremetida. Talvez o ganho de uma guerra e quem sabe o reconhecimento com uma medalha. O mundo não se lembra daqueles que ficaram escondidos dentro da trincheira e creio que este domingo, outra ousadia foi para mim provada no outro hemisfério.
Este domingo, Bradley Wayne Hughes um senhor que irá fazer 88 anos, depois de sua vitória com o Derby winner Authentic na Breeders Cup Classic, foi em Fasig-Tipton e deitou e rolou. Levou 12 lotes, num montante de mais de 25 milhões de dólares. O que para um senhor que em Março foi avaliado em mais de 2,3 bilhões de dólares, não deve fazer muita diferença. Principalmente nesta fase de sua vida. Ao contrário as alegrias de Beholder, Authentic e Into Mischief lhe trouxeram recentemente, não tem preço. E porque não tem? Porque são vitorias contundentes aos difíceis desafios por ele assumidos. O que sua ação acarretará? Uma imposição norte-americana, dentro do mercado, hoje a mercê da Coolmore e da Darley.
Abro um parênteses. Ninguém vale o que o senhor Hughes vale, e pode ser considerado um imbecil. Imbecil era o povo brasileiro que acreditava no PT. No resto do mundo, uns preferem gastar seu dinheiro derrubanhdo democracias como o senhor George Sorus e outros como Bradley Wayne Hughes que preferem sentir as sensações que apenas os cavalos de corrida podem lhe trazer e com isto garante o emprego de muitos. O mesmo pode ser dito pelo posicionamento assumido pelo senhor Julio Bozano na Argentina. Fecho parênteses.
Volto décadas atrás. Quando meu pai tomou conhecimento que eu havia largado a consultoria em transportes, me perguntou o que fazia e no memento que respondi, imediatamente perguntou atônito. Mas quem precisa de um cavalo de corrida? Respondi, o que lhe responderia hoje décadas depois de sua morte: na verdade ninguém.
Logo ter um cavalo de corrida é um sentimento que cada um tem, e acima de tudo um desafio para quem pode, não apenas para quem quer. Não há como explicar. Da mesma forma que não se explica porque existem pessoas que escutam opiniões politicas de artistas da Globo e as seguem em redes sociais. Nos que votaram numa anta com cordas vocais. Só os falecidos, votam maciçamente em Biden...
Vejam o que aconteceu na disputa mais recente da Breeders Cup. No meio de uma pandemia e sem publico. Cercada pelas incertezas de uma eleição norte-americana a presidência, onde ate os já mortos e sepultados, parecem ter tido importante presença em seu resultado final, foi disputada. Para mim, como no Arco, o sucesso foi absoluto. Vieram da Europa os cavalos que deveriam ter vindo? Talvez nem todos. Mas mesmo assim a Europa reinou nas provas onde normalmente brilham. Logo, houve lógica nos resultados Confiram os números das vendas de Fasig-Tipron. E os primeiros números de Keeneland. O mercado está firme, com gente adquirindo cavalos de todos os cantos do mundo. Isto sendo uma atividade, onde na verdade poucos precisam de um cavalo de corrida, apenas prova uma coisa: fé!
Cada um pode sentir o que quiser. A recente vice presidente eleita nos Estados Unidos, Kamala Harris, para fins eleitoreiros se intitula negra, como descendentes de indianos assim o fossem. A Manuela, - a versão tupiniquim da Kamala nos Brasil - trocou sua vestimenta e passou a ser recatada, escondendo até suas tatuagens, porque quer se eleger, e vai acabar se elegendo perfeita do Rio Grande do Sul, um dos estados mais politizados de nossa nação. Porque? Já vi isto acontecer com Lula que passou da metalurgia rebelde a versão do Lulinha paz e amor. Mas creio que aqueles que amam o turfe e nele se mantém, mesmo o Brasil não apresentando as mínimas condições de sobrevivência, devem ser reverenciados.
Temos que no mínimo respeitar a aqueles que acreditam no turfe. Principalmente no Brasil, repito, onde o retorno do investimento é praticamente nenhum. O turfe não é um hobby. Há muito deixou de ser. É uma atividade como outra qualquer que gera divisas e empregos e graças a Deus existem abnegados que ainda criam cavalos de corrida e outros que os compram e os mantém. E contrariamente somos, elevados a uma posição de riquinhos que nada tem o que fazer com seu dinheiro e visto pelo governo como uma industria falida, onde taxas abusivas de importação são decretadas sem o mínimo critério.
Precisamos nos impor, como o mercado norte-americano se impôs. Creio que Cidade Jardim e Gávea deram passos decisivos. O turfe aqui é uma indústria que gera lucros, a quem dela participar. Mantém famílias e dá empregos a gente que não tem outra qualificação profissional. Independentemente de sua idade ou condição financeira, há lugar para todos. Outrossim, quando poderemos contar com outros como Seabras, Paula Machados, Peixoto de Castros, Laras, Machilines, von Leitner, Almeida Prados, Vidigal, Fragoso Pires e outros que fizeram nosso turfe um dia brilhar?Não é necessário ser um gênio para sentir que éguas importantes devem ficar onde se tornaram importantes. Pois, possivelmente virão a gerar filhos igualmente importantes.