As vezes quando não se explica se complica. Não era exatamente o que vó Adelina dizia, mas é uma conclusão que cheguei com o andar da carruagem.
Alguns leitores, de forma esparsa, me perguntam por que os australianos não vão com mais frequência aos Estados Unidos? Limitam-se, quando muito, a poucas aventuras intercontinentais a vôos a Royal Ascot e certamente a festival da Dubai Cup. E a explicação parece ser simples: Prêmios.
São muitas as provas bem dotadas - como pode ser notado no quadro de abertura - naquele continente e com o agravante que o simples fato de sair da Australia, para onde quer que seja, é dispendioso e tremendamente cansativo.
As mais recentes disputas em provas de alta stamina, já está sendo provado - principalmente na Melbourne Cup - que cavalos de terceira categoria europeus, suplantam os australianos. mas na velocidade a coisa se verifica em favor dos australianos, que em Royal Ascot em provas para sprinters, já vieram a vencer de diversas oportunidades.
Sei que a diferença genética é significativa entre a criação australiana e a brasileira, mas há de se convir que as dificuldades por serem nascidos no hemisfério sul, parece ser a mesma.
Evidente que não são as bolsas de Royal Ascot que os atraem os australianos e sim o destaque que estas provas proporcionam. Pergunto aos navegantes, cavalos brasileiros de alto padrão não teriam uma oportunidade em Royal Ascot em provas de meia-distância? Não sei. Hard Buck foi um caso de oportunidade. Sentiu-se uma fragilidade na turma que corria a milha e meia e mesmo não sendo esta a distância que mais lhe agradava, foi direcionado para a mesma. A surpresa deu-se para nós, que na última hora apareceu alguém, que por tries meses, na distância parecia imbatível. Mas conseguiu-se pelo menos uma segunda colocação. A viagem não foi perdida.
Devíamos avaliar este posicionamento. Pimper´s Paradise e talvez até George Washington, por exemplo, poderiam ter figurado em Royal Ascot. Para mim são cavalos que tranquilamente se sairiam bem no segundo patamar europeu. Bal a Bali não haveria erro.
Creio ser hora de se levar em consideração que Gloria de Campeão e Hard Buck, não alcançaram fama internacional por obra e acaso do Espirito Santo. Se atentarmos para o fato de serem talvez os dois únicos que tentaram vôos maiores até o presente momento, o percentual de acerto é estonteante. Ivar, um nacional com conexões nacionais, não fracassou na Breeders Cup Mile. Correu bem e com um pouquinho mais de experiência acredito que poderia ter tido uma melhor colocação. Parabéns as suas conexões que foram para o tudo ou nada e deixaram de lado a mesmice. Não temos ainda uma Breeders Cup. Possivelmente teríamos se Pico Central, Siphon e Sandpit tivessem as disputado.
Estou cansado de ser visto como um sonhador. Umcaçador de borboletas celestiais. Se foram sonhos os que tive, os resultados conseguidos por Gloria de campeão e Hard Buck, refletem que pelo menos foram sonhos bem sonhados.