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Em entrevista, Lester Piggottt deixou claro que o melhor cavalo que havia montado em seu brilhante trajetória como jockey, fora Sir Ivor. O que realmente sempre foi uma surpresa para mim. Na entrevista que ele me concedeu, tomei coragem e perguntei, em que Sir Ivor, na opinião dele, era superior a Nijinsky, e ele se pensar deixou claro que a vontade de vencer.
Pois é, foi a partir deste momento, é que passei a ter esta "vontade de vencer" como o principal atributo que um cavalo tem que ter em pista, para realmente ser considerado um diferenciado.
Como notá-la? Depende do grau de observação de cada um. Eu uso o meu e tiro minhas conclusões. Outros veem a coisa de forma diversa. Existem cavalos de auto classicismo que não usam deste atributo. Ganham por terem uma habilidade natural: Alydar, Nijinsky, El Gran Senor, Easy Goer e tantos outros, outrossim que na hora h, cederam a vitória para cavalos de menor habilidade.
Vários elementos a quem estive profissionalmente ligado, não eram nem de longe, os artífices de suas gerações, mas na hora h, traziam toda aquele vontade de vencer e venciam: Da Hoss, Hard Buck, Gloria de Campeão, para se citar apenas três exemplos, eram cavalos que se sobrepujavam na hora que mais deles era pedido e necessário. Não eram os melhores, mas suas respectivas vontades de vencer, o faziam bater aos melhores. Agora quando se une a vontade de vencer com a habilidade natural, ai você se vê a frente de um Much Better, de um Bal a Bali e de um Itajara.
Opinei sobre a tríplice coroa paulista, e quão "diferente" ela me pareceu. O Adolpho Smith de Vasconcellos, contrapôs, que a mesma teria sido bastante distinta se Dashing Count não tivesse colocado sangue e Urso de Birigui não houvesse quebrado seu joelho, ambos no Ipiranga.
Não tenho duvidas que os dois elementos citados pelo Adolpho foram o que melhor se viu até a milha em Cidade Jardim. Ambos demonstraram ter aquela vontade sublime de querer vencer. Mas eu confesso que tenho sérias dúvidas se teriam a estamina suficiente para manter o mesmo padrão de carreira aos 2,000 e 2,400 metros.
Redattore e Put it Back, são os pais dos atuais ganhadores dos GPs. São Paulo e Brasil. Há de se convir que nenhum dos dois provou-se em pista na milha e meia. Outrossim, ambos veem de sólidas famílias femininas que além de estaminadas, estão entre as melhores em atividade na criação brasileira. O que prova que cavalo, também tem mãe...
Poderíamos dizer o mesmo analisando-se os pedigrees de Dash Court e Urso do Birigui? Creio que não. Tanto George Washington, como Pipers Paradise, não foram em seus respectivos primeiros semestres tão objetivos quanto o foram Dash Court e Urso do Birigui. Mas há de se convir, que os cavalos sediados na Gávea, são levados com menos rigor em sua primeira campanha, pois, visam a tríplice coroa carioca. Logo, são coisas que a meu ver devem ser analisadas de formas distintas. Todavia uma coisa, para mim parece clara, sobre estes quatro elementos: eles possuem aquela vontade de vencer.
