O sucesso necessita de muitos detalhes, mas nenhum deles pode ser atribuído a opiniões vazias sem embasamento estatístico.
Não são poucos os que me perguntam, até de forma insistente, porque não trazemos mais reprodutores da Argentina. E a eles respondo, que pode sim ser uma boa medida genética, mas que na minha maneira de ver pouco prática e que dificilmente sobressairá, se ao invés de importa-los, dermos maiores chances reprodutivas ao reprodutor nacional. E tentarei explicar sem nacionalismos baratos, o porque.
Houveram seis reprodutores de origem Argentina que serviram no Brasil, e que conseguiram vir a gerar - na era de provas de grupo - mais de seis individuais ganhadores de grupo. E a exceção de Maniatao, todos consagrados em pistas ou argentinas ou uruguaia de provas de graduação máxima. A se conhecer: Ariosto (Good Manners e Domenica por Right of Wat), ganhador o Gran Premio Santiago Luro; Braseante (Praticante e Brane por Bright of Way), ganhador dos Gran Prêmios Jose Pedro Ramirez (URU) e 9 de Julio; Janus (Pardallo e Caliope por Cardanil), ganhador dos Gran Prêmios Municipal (URU), Jose Pedro Ramirez (URU) e Brasil; Maniatao (Jerry Honor e Marabunta por Timor); Punk (Ringaro e Peinadora por Hot Dust), ganhador do Gran Premio Suipacha; e Vacilante (Praticante e Vaccacion por Voodoo), ganhador dos Gran Prêmios José Pedro Ramirez (URU) e Dardo Rocha.
Todos com pelo menos 250 filhos registrados, mas nenhum deles capaz de gerar a mais de oito individuais ganhadores de grupo. Logo, não diria que eles possam ser vistos como sucesso, mesmo Vacilante e Janus, estacionados em dois, dos mais importantes estabelecimentos de cria da época. E aqui vão seus percentuais tendo em vista os número de potros registrados e o total de individuais ganhadores de grupo e de graduação máxima.
Ariosto - 341 registrados - 7 individuais ganhadores de grupo e percentuais de 2,05 e 0,87 em relação a ganhadores de grupo e ganhadores apenas de provas de grupo 1.
Braseante - 250 registrados - 8 individuais ganhadores de grupo e percentuais de 3,20 e 0,40 em relação a ganhadores de grupo e ganhadores apenas de provas de grupo 1.
Janus - 281 registrados - 7 individuais ganhadores de grupo e percentuais de 2,49 e 1,42 em relação a ganhadores de grupo e ganhadores apenas de provas de grupo 1.
Maniatao - 464 registrados - 8 individuais ganhadores de grupo e percentuais de 1,72 e 0,84 em relação a ganhadores de grupo e ganhadores apenas de provas de grupo 1.
Punk - 414 registrados - 8 individuais ganhadores de grupo e percentuais de 1,93 e 0,24 em relação a ganhadores de grupo e ganhadores apenas de provas de grupo 1.
Vacilante - 282 registrados - 8 individuais ganhadores de grupo e percentuais de 2,83 e 1,41 em relação a ganhadores de grupo e ganhadores apenas de provas de grupo 1.
Se atentarmos para o fato que os dois citados anteriormente que vieram a servir em dois grandes estabelecimentos de cria, receberam quase o mesmo número de éguas e obtiveram similares percentuais de aproveitamento clássico, constataremos que ajuda das éguas destes estabelecimentos, foi fundamental.
E se a isto adirmos, por exemplo o caso do reprodutor brasileiro Baronius, estabelecido em outro grande haras, que com 250 produtos registrados, obteve um montante de 11 individuais ganhadores de grupo, notaremos que seus índices de classicismo vieram a ser bem superiores: 4,40 e 1,60.
Eu acredito que estas meias palavras sejas suficientes para aqueles se julgam bom entendedores.