Outro dia ouvi de um comentarista esportivo, que por ser novo não viu Pelé jogar e por esta razão acha que Maradona foi o maior jogador da história de futebol. A ele, repito o que muitas vezes aqui disse, que também não vi a tunda que Napoleão levou em Waterloo, mas sei que naquele dia Wellington, o mandou para a ilha de Santa Helena sem passagem de volta.
E igualmente sei que St. Simon, Hyperion e Blandford, foram tão grandes quanto Nearco, sem precisar estar vivo na época, para chegar a esta conclusão.
A Inglaterra, que organizou as corridas de cavalos no mundo, já dominou literalmente o mundo nos tempos das colonizações. Os Estados Unidos anos depois passou a ter este domínio, sem ter que conquistar e manter suas tropas por anos a fio. Dominou o mundo comercialmente, pois, o dinheiro passou a ser a arma maior. O mesmo dinheiro que fez a Coolmore, reassumir o domínio europeu do turfe - evidentemente que com a ajuda da Juddmonte, família Maktoun e outros. Logo embora o dinheiro não traga felicidade, quando ele é bem aplicado, pelo menos no turfe, alcança ótimos resultados.
E antes que alguém possa confundir mais uma vez as coisas e achar que os três citados são os melhores criadores, pois, jovens como são, não tiveram o ensejo de ver Tesio, Boussac, Lord Derby e o primeiro Khan, volto a repetir, você não precisa viver a história para tirar suas conclusões. Basta conhece-la.
A exceção de Tesio, todos os demais citados, sejam de antigamente ou nos dias de hoje, exerceram suas respectivas dominâncias, gastando muito dinheiro. Investindo. Uma coisa éee clara para mim: não haveria Galileo, Deep Impact, Dubawi nem mesmo Tapit e Into Mischief, se não houvesse um Nearco. E se não existisse alguém, como Tesio, que o criasse.
Houve uma época que Enable parecia invencível. Hoje este sentimento ronda Almond Eyes. Nunca teremos a oportunidade de vè-las disputar uma posição. Mas o patamar em que as duas estão estabilizadas em meu Hall of Fame, me credencia a afirmar, que talvez não fossem melhores que Pretty Polly ou Sceprte. Mas que certamente pertencem ao mesmo patamar. Isto não desmoraliza a memória daqueles que triunfaram num passado longínquo.
Da mesma forma que eu posso nominar Frankel como um dos cavalos que vi correr, mas não elevá-lo ao máximo, pelo não ter visto St. Simon, Nearco e Ribot. Conhecer a história a meu ver é primordial. Logo, criar patamares, sem querer citar quem possa ser o melhor, de cada patamar, me parece a medida mais adequada. Agora negar o passado, por simplesmente desconhece-lo me parece ser a única saída dos desinformados.