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sábado, 4 de janeiro de 2025

PONTO CEGO: O EFEITO LA TROIENNE

O que irei defender a seguir, não é um jogo de gato e rato, mesmo que num bom sentido. É para mim, uma verdade contundente. Dois foram os elementos, a moldar o novo perfil do cavalo norte-americana: Nasrullah e La Troienne. E é sobre um deles que me deterei.

Há de se acreditar que La Troienne - reconhecida linha tronco 1-x - seja uma das mais importantes éguas europeias importadas para o criatório norte-americano, no período moderno. 

Em pista foi um tremendo fracasso, no momento em que correu em sete oportunidades, sendo colocada em apenas duas oportunidades e isto dentro da estrutura imbatível neste período,  de criação e treinamento de Marcel Boussac. Tanto isto é um fato que Boussac a vendeu ao soar do martelo em Newmarket-December 1930 para interesses norte-americanos pelo ridículo preço de 1,250 Guineas. Seu destino? Colonel Edward R. Bradley. Vide Idle Hour farm, em Lexington, Kentucky. 

Pois bem, quem analisar detidamente o pedigree do extraordinário reprodutor Tapit, imediatamente se liga ao fato dele ser um tordilho, com a inusitada presença de suas primeiras nove mães serem desta mesma pelagem. Imediatamente mesmo o mais cuidadoso estudioso, pontua como sendo esta, talvez, a razão principal de seu imenso sucesso. Mas seria este o seu principal fator?

Tapit descende do chefe de raça A. P. Indy, em cujo pedigree, pode ser notada, em três oportunidades a presença de La Troienne. Outrossim, se isto por si só não bastasse, por parte de sua mãe, Tap your Heels, será constatada mais quatro presenças desta importante égua. São ao todo, levado-se em conta nove gerações, sete posicionamentos a partir da oitava e nona gerações. A pergunta que fica no ar, é até que ponto um linebreed deste porte, pode se transformar numa fonte e força em um pedigree?

Segundo um estudioso que não consigo lembrar o nome, quando se tem a presença de La Troienne num pedigree, aumentar a participação da mesma com outros pedigrees, com elementos que a possuam, será sempre altamente salutar. E tando que isto é verdade, que outro descendente de A. P. Indy, o 2014 Horse of the Year, California Chrome, tem no pedigree de sua mãe, Love the Chase, a presença de mais quatro linhas de La Troienne. Seria isto uma grande coincidência? Penso que não, já que o tríplice coroado American Pharoak, possuem cindo linhas de La Troienne.

Não seria importante igualmente se notar que a linha Tom Fool, necessariamente saiu do ostracismo, pelo simples fato de ao ser causada com uma neta de La Troienne, propiciou o aparecimento de Buckpasser? E não seria este último, um dos fatores preponderantes no sucesso de Galileo e Danehill, dentro e fora das pistas?

Poder-se-ia escrever um livro sobre este assunto. Mas creio não ser necessário. Esta temporada La Troienne foi responsável, em seu pior desempenho dos últimos quatro anos, por nada menos que 27 individuais ganhadores de grupo, alcançado assim a décima-primeira colocação por número de individuais ganhadores de grupo. Lembro que ela como linha tronco, foi segunda colocada nos anos de 2023 e 2022, respectivamente com 39 e 37 indivíduos e seta em 2021, com 32. Sua presença neste ranking, me parece obrigatória

Sete foram seus ganhadores em pontuação na escala máxima. Voltando a Buckpasser, eleito o cavalo do ano em 1966, o ano em que eu iniciei a tomar conhecimento do turfe, e que estabeleceu 13 das 15 vitórias conseguidas de forma consecutiva, que alcançou, detecto na modernidade a importância do mesmo no cenário da criação sul-americana, com Logical e Egg Toss na Argentina, Spend a Dollar no Peru, Spend a Buck no Brasil e outros que não me veem a mente neste exato momento em que escrevo estas linhas. Não seria parte do efeito La Troienne?

Dos 27 individuais ganhadores de grupo, descendentes de La Troienne esta temporada, em se tratando do Brasil, nomes importantes como os os dos Group 1 winners, London Moon e Obataye, e dos bem acimada média, Horus do Nilo e Saladino.

Logo todo aquele que se sentir impelido a utilizar-se reprodutivamente, de algum destes elementos citados acima, aconselho a escolher uma égua com o maior número de linhas de La Troienne, possíveis.  Pois, como bem disse o estudioso cujo nome me falta no momento, quando se tem a presença de La Troienne num pedigree, aumentar a participação da mesma com outros pedigrees, com elementos que a possuam, será sempre altamente salutar.