O Arpoador...
Tenho ojeriza dos eletricistas e não estou me atendo aos profissionais da eletricidade. Sim, de reprodutores capazes de cortar a corrente transmissível das éguas. O termo não é meu. Lembro de te-lo primeiramente ouvido, vindo do Ayrton Soares, nossa nave mãe, como era carinhosamente reconhecido.
A lista que ele elaborou, tem, se não me engano, três páginas e demonstra a nossa capacidade suprema de escolher a nata da incapacidade equina de transmitir o que seja. A quem seja ! Mas isto lhe trouxe uma infinidade de inigos.
O que ele fez, na realidade, foi um grande serviço a memória do criador brasileiro.
O Ayrton Soares, sempre foi um gozador, Nunca o vi mal humorado. Com seu jeito bonachão desarmava qualquer carrancudo que aparecesse à sua frente. Nunca tivemos um atrito. Quanto mais uma altercação. Ele foi o responsável de dar um futuro brilhante a Preta do Mangeirão, a nossa - minha e do Antonio Claudio Assumpção - Cat´s Night. Ele a viu, a comprou e a direcionou ao mercado das retas.
Delmar Biazoli, vivia ligado em negócios. Sorria pois, falava pelos cutelos e cuspia de forma anormal. Principalmente quando nervoso. Nãe é a toa que seu apelido ficou como o Guarda Chuva. Sempre ligado procurava incessantemente aquele cavalo que o tirasse do ostracismo. E acabou conseguindo, pois, o sucesso de Grimaldi e Revless, por si só garantem um livro de memórias dos melhores. Agora imaginem todos os outros que passaram por suas mãos?
Mas isto igualmente lhe trouxeram dissabores. Suas vitórias contra um mercado de muito maior potencial financeiro que o seu, causava cenas de inveja. Veio aqui para os Estados Unidos, mas como diria a nobre senhora, "nos States, o buraco é bem mais em baixo".
Ser agente, principalmente no Brasil, é tarefa árdua, pois, poucos são aqueles que aguentam o tranco sem acusar o agente, de uma falha na seleção ode um elemento que deu errado. Cavalos são que nem quadros, podem estar sujeitos a falsificações. Muitos são os bonitos, e chamam a atenção, mas poucos são os que na realidade, correm.
Que o turfe brasileiro sempre se lembre com carinho do Ayrton e do Delmar, pois, é assim que eu sempre me lembrarei de ambos. Custou-me mais de uma semana para eu ter coragem de escrever estas linhas, na terra, onde nasceram, o Rio Grande do Sul, contudo sabedor de antemão, que por mais esforço que a tenha as feito, nunca fará jus ao que foram os amigos Ayrton e Delmar.
E um bom dia para todos, e em especial a eles, aonde estiverem...