Não sou treinador. Nunca fui e a esta época da vida, creio que nunca mais o serei. Entendido isto, que como leigo no assunto, mas dono de um senso de observação acurado, diria que o sistema de treinamento norte-americano é distinto do europeu e creio que no caso brasileiro, assemelhamo-nos mais ao estilo yankee. Diferentemente como acontecia no passado onde treinadores antigos, mantinham o toque europeu. Certo ou errado, a grande maioria de reprodutores europeus se veem prejudicados na era moderna brasileira, com esta mudança de atitude de nossos profissionais.
Temos atualmente a nossos serviços dois exemplares genuinamente europeus no campo de reprodutores, que fatalmente irão necessitar uma atenção distinta por parte dos treinadores brasileiros: Sangarius e Outstrip. Mas quantos terão a capacidade de fazê-lo e assimilar as necessidades destes dois? Não muitos.
Sem tomar partidos de quem possa vir a ser o melhor, advogo que deveria haver mais critério em seus inícios e o que vejo, é uma tentativa de apresentar seus filhos aos dois anos em distâncias abaixo da milha. Não seria isto contra a natureza dos mesmos?
Na vizinha Argentina, três produtos de Outstrip estrearam e o resultado me parece dos mais auspiciosos: dois vitoriosos e um colocando-se na segunda colocação, em distâncias cerca da milha. E isto me parece mais conveniente do que se tentar corre-los nas condições como eles tem estreado na Gávea. Evidente que haverão treinadores, mesmo entre os de maior sucesso, que irão aqui no Brasil tentar mudar a ordem natural das coisas. Quem paga? O garanhão e o proprietário
As reclamações que este ou aquele não apresentem performances dignas de nota aos dois anos, seria fidedigna? Olhem a campanha de Sangarius e Outstripe e honestamente me respondam.