O frio que faz em Lexington, não é para eskimó algum colocar defeito. Saudades de Hallandale Beach...
Estive esta semana em Ocala, vistoriando os cavalos de clientes que lá tenho. E me encontrei com dois clientes brasileiros. Nem tocamos o assunto pertinente ao que havia acontecido pela manhã em Meydan. Pois para grandes entendedores, meia palavra já bastaria. Ai me telefonaram. Era um terceiro. E ele me perguntou o porque não havia comentado sobre a participação dos cavalos brasileiros nesta última quinta-feira em Dubai. E eu sem pensar dei uma resposta que o fez rir, mas na verdade era a mais pura verdade.
"Detesto ficar falando em fratura exposta".
Confesso que respondi sem pensar. O fiz, porque aquilo para mim era tão claro, tão evidente, tão límpido, tão óbvio, que já estava - sem eu imaginar - na ponta da língua. Não era necessário ir ao cérebro e voltar. Saiu de primeira.
Pois é, ficar batendo na mesma tecla deixa as pessoas irritadas, principalmente aqueles que não acreditam em aclimatação, ou que a campanha anterior de um cavalo de corrida seja necessária, para o fazer ganhar em Meydan. Enganam-se os que assim pensam. A aventura neste mercado, dia após dia, tem seus dias contados. A tendência mundial é a extinção dos vendedores de sonhos.
Pois é, ano passado tivemos Al Arab e Glória de Campeão. O primeiro sem aclimatação alguma, ganhou na pura classe e a seguir teve que se entregar ao inevitável: a queda de produção em sua segunda corrida. Nada a se envergonhar. Se aconteceu com o Eu Também e todos os demais, porque não poderia acontecer com o filho do Redattore?
Glória de Campeão, ao contrário, foi lá e deu o seu recado, depois de três temporadas em Dubai e de estar completamente aclimatado. Treinado por um profissional de nome internacional, diga-se de passagem.
Quinta feira passada, voltamos a correr nada menos que sete de nossos pupilos em três carreiras distintas e não acredito que alguém em sã consciência posso sequer pensar que os resultados possam ser considerados satisfatórios. Alguém discorda?
Em uma carreira de 14 elementos chegamos em décimo, décimo segundo e décimo terceiro, respectivamente a 14, 17 e 18 corpos. Em outra de nove elementos Fechamos a raia - com direito a F maiúsculo - que chegou a 37 corpos, inclusive atrasando o páreo a seguir. E finalmente na terceira prova em que participamos, com um campo de 14 elementos, e tínhamos três elementos aclimatados e que pelo menos se saíram bem em provas de graduação máxima no hemisfério sul, não conseguimos nada de melhor do que um oitavo, um décimo segundo e um décimo terceiro, afastados do ganhador por 2 3/4 de corpo, 5 e 9.
Não posso imaginar que o somatório de tudo que fomos obrigados a presenciar nestas últimas semanas possa ter outra conceituação do que fratura exposta. Pena, pois, Meydan, é uma vitrina para o mercado. Não uma Prada, mas pelo menos uma Macy's.
E no sábado, que se seguiu, o quadro se mostrou ainda mais negro. Os três pupilos do Estrela Energia, simplesmente não disseram ao que vieram. Energia Central foi sexto em 14, Okean Mor fechou a raia e Tequilla Heights foi nono em nova prova composta por 14 elementos. Não é prazeiroso se comentar resultados como estes, mas omiti-los seria ainda pior. Temos sim, que evitá-los...
Temo por Xin Xu Lin - que para mim não tem qualquer termo de comparação com todos os demais cavalos brasileiros presentes ao Carnival - possa se ressentir de uma falta de aclimatação e correr apenas bem a sua primeira carreira. Ou como Invasor e Dono da Raia, nem isto fazer. Torço para que ele se supere e que a Godolphin o poupe depois de sua primeira e única participação no Carnival, o guarde para uma campanha a se desenvolver na Europa, a seguir.
Se alguém tiver intimidade com Sheikh Mohammed, por favor lhe dê este conselho....
Espero voltar ao assunto Meydan, comentando sim, sobre uma vitória brasileira, pois a esperança é ainda para mim, a última que morre. Pois até aqui, apenas Fluke salvou a pátria!
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