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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

PEQUENO PAPO DE BOTEQUIM: O REFORÇO DOS LINEBREEDS EM GRANDES ÉGUAS

Em conversas de se jogar fora no press room de Gulfstream Park, a espera da disputa do Holly Bull Stakes (Gr.3) neste último domingo, um dos jornalistas presentes, cujo nome não consegui guardar, ao saber de meu fascínio pelos pedigrees, me perguntou o que em minha opinião era mais importante: uma mais próxia duplicação de nomes femininos ou uma concentração bastante significativa de linebreeds em grandes éguas? Confesso que não fui pego de surpresa, pois, de há muito tinha um nome em minha cabeça. Um cavalo que nunca compreendi direito o porque de sua apenas regular presença na área clássica francesa.

Entre os cavalos que tiveram um aproveitamento clássico e possuíam uma maior concentração de linebreeds, Polytain, sempre me pareceu o exemplo clássico. Ganhador do Prix du Jockey Club de 1992, filho do igualmente ganhador desta prova no ano de 1981, o pouco equilibrado fisicamente Bikala.

Bikala era um cavalo pesado de cabeça ainda mais pesada e cujos maiores meritos eram primeiramente ser irmão de outro ganhador do Derby Francês, Assert e descender da linha 8-c, pela fantástica égua Schiaparelli, mãe de nosso conhecido Swallow Tail e de um égua pelo não menos conhecido King Salmon chamada Herringbone, ganhadora entre outras provas dos 1,000 Guineas, do St. Leger e quarta colocada no Oaks. O que fez Herringbone ter a grandeza que possuía? Garanto que não foi apenas o fato de ter ganho esta prova, mas de ter batido a Ribbon nas duas oportunidades, égua esta que fora igualmente segunda colocada no Oaks e a Straight Deal, que foi terceiro para ambas no St. Leger. Ele que havia ganho o Derby.

Abramos um parênteses. Sempre tive em mente que o fato de Herringbone ser uma filha de King Salmon numa irmã de Swallow Tail, talvez tenha sido a razão pela qual a família Peixoto de Castro, anos depois, tenha importado o filho de Bois Roussel, para correr o GP. São Paulo e a seguir estabelecer-se como reprodutor em seu estabelecimento de cria, naquela época sediado em Lorena, e assim cobrir seu seleto plantel de filhas de King Salmon e desta forma repetir uma cruza que provou ser producente. Fechamos o parênteses e voltemos aos trilhos.

Não era de se esperar que um filho de Bikala em mãe Pretense, mesmo advindo da linha 4-r pudesse vir a ser a exceção das exceções em pista. E na verdade, Polytain, nunca pode ser considerado um grande cavalo, tanto que foi ser reprodutor na Itália. Outrossim, querendo ou não, ganhou o Prix du Jockey Club, que não me parece uma carreira tão simples de ser ganha. Mesmo tendo em consideração, que naquele ano o campo não tenha sido dos melhores e que o terceiro colocado fora o nosso também conhecido Contested Bid, que trazido para a Argentina e posteriormente para o Brasil, não provou ser de extrema valia reprodutiva.

Todavia, o que mais me chamou a atenção no pedigree de Polytain na época, foi o fato dele estar encharcado em linebreeds de grande éguas, sendo pelo menos seis delas, entre as dez mais importantes de todos os tempos. Olhem como era constituído seu pedigree:

Selene - 9x7x6x5x6x6x8
Nogara - 7x7x6x6x5
Serenissima  - 8x8x7x6x7x7x9
Scapa Flow - 8x8x8x8x7x7x6
Canterbury Pilgrim - 9x9x9x9x9x8x8x7x8x8x8x8

Não lhes parece uma coisa assombrosa? Para mim sim e para o jornalista da Philadelphia pareceu também. Não Dá para precisar sob juramento, se este foi o fator que diferenciou Polytain naquele dia em Chantilly. Provavelmente tenha sido, pois, o resto de seu pedigree não parecia possuídor de pontos de força. Porém, qualquer que tenha sido a razão, o reforço de linebreed em grandes éguas deve ajudar, ou melhor dizendo, atrapalhar não atrapalhará.