Sempre acreditei que cada um tem o direito de investir seu rico dinheirinho onde melhor lhe apetecer. Seja no turfe, seja no mercado de capitais, seja no setor imobiliário. Logo seja um égua de sete digitos, ou até de baixos 4 digitos, não importa. O que importa é o que cada um possa querer. Sea Girl custou US$1,000 e ganhou dois Gra Premio 25 de Mayos (Gr.1). Tem filha de Galileo que custou mais de US$400,000 e até aqui nada provou que justificasse tão alto investimento. Neste especifico caso quem gastou menos, ganhou mais. Outrossim, poderia ser distinto.
O fato de quem tem mais conhecimento, acabar fazendo-o querer melhor e com mais requinte, é um dado que não pode passar a desapercebido. Logo não sou a favor de A, B ou C. Sou a favor da livre escolha. E eu tenho a minha, que pode não ser a melhor, mas é a que vem me dando resultados. E é neste ponto que todos tem que ter sua mente voltada: RESULTADOS!
Comprar um cavalo de corrida como um troféu, é também o direito de cada um. Só que nem sempre funciona bem a longo prazo, pois, até troféus enferrujam. O que não quer dizer que aquele égua sem campanha, mas de pedigree perfeito, vai lhe garantir sucesso. Mas seja no fracasso, como no sucesso, são os percentuais de resultados que contam.
Tive um cliente, o já desaparecido Mahmoud Foustok que uma vez ao examinar um cavalo que lhe indicara para comprar, me disse. Que comprava cavalos de corrida, como obra de artes. Eles tinham que lhe agradar aos olhos. E no caso, o cavalo não era bonito. Era atlético, mas sem encher os olhos de quem quer que fosse. Não o comprou e acabou não perdendo nada, pois, o referido elemento não passou de um ganhador de listed.
Sou a favor do criador aberto a qualquer proposta que considere de valor genético. Independentemente de quem seja o pai, ou mesmo a campanha. prefiro que ele não abra mão de físico, idade e atributos genéticos. Mas isto é apenas a minha opinião particular.
O que me preocupa na realidade, é aquele criador que só se utiliza de éguas clássicas ou de produção clássica, independentemente do valor genético que estas possam ter. Este sim, está incorrendo no sério perigo de errar pelo excesso de precisionismo em acreditar que este seja o único caminho. Se assim o fosse, Sheikh Mohammed, ganharia todas as provas de grupo européias, que disputasse, por que de éguas clássicas, ele está entulhado até a tampa. E todos nós sabemos, que ele não ganha, sequer 10% das provas que disputa. Assim sendo, tenho o direito de afirmar, que não é bem por ai. Prefiro mais o perfil, Aga Kha, Juddmonte Farms, para ficar apenas entre criadores de origem árabe.
Existe ainda um terceiro tipo de criador, que se utiliza de éguas clássicas por seu valor comercial, principalmente na venda de seus produtos. O chamado criador comercial, sendo ele aquele que coloca a venda toda a sua geração, ou mesmo, parte da mesma. Em relação a este posso até entender esta necessidade vital, de ter a égua clássica, independentemente do valor reprodutivo que ela possa ter. Elas embelezam pedigrees e criam na cabeça de outros investidores a vontade de ter um filho seu.
E existe até um quarto tipo de criador. Aquele que pouco conhece e se apoia no mercado. Quem pode pixar uma ganhadora de grupo 1? Quem pode negar seu valor de mercado? Ele espera e só levanta o seu importante dedinho quando sente que o mercado tem um interesse incomum por aquele lote. E como todos nós sabemos, o último a levantar o dedo é aquele que o leva para casa...
Tudo é válido. Não são as minhas teorias que irão fazer o diferencial na cabeça de quem quer que seja. Mas talvez, quem sabe os resultados constantes, de quem quer que seja, o façam. E as estatísticas provam que as genéticamente mais completas são aquelas que estão obtendo o maior percentual de sucesso, independentemente de sua campanha.