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domingo, 26 de julho de 2015

PAPO DE BOTEQUIM: O 1% QUE VALE A PENA


Numa guerra, 90% são alvo, 7% apenas se defendem e existem aqueles 3%, que lutam, o primeiro terço deles por pura intuição, o segundo porque não há nada que se possa fazer e o terço final, por que nasceram para aquilo. São estes os verdadeiros guerreiros. E são justamente estes últimos, que decidem a guerra e consequentemente o destino de muitos.


NÃO LI ISTO EM LUGAR ALGUM 
E JURO PELO QUE FOR MAIS SAGRADO
QUE NÃO FOI VÓ ADELINA
QUE ME DISSE.

O que vó Adelina um dia me disse é que numa guerra, os ricos criam as estratégias e ao final das mesmas se tornam ainda mais ricos e os pobres que durante o período das batalhas, pelo menos tem casa e comida garantidas, ao cessar a guerra, se tornam ainda mais pobres e escravisados pelo novo sistema. Não importa quem ganhe ou perca a guerra. 

Evidentemente que estas duas visões são temporais. São produto de conclusões no tempo em que as guerras eram decididas por exércitos. Hoje, se tivéssemos uma em âmbito mundial, seria totalmente tecnológica. Quem fosse mais rápido nos botões, melhor iria se sair. 

Por que dei este inicio bélico, a um artigo, que está sendo escrito tendo à sua frente o mar da Florida e um nascer do sol que só os domingos podem proporcionar? Tenho a impressão que sei... Ou pelo menos assim acho...

Mas vamos começar desde o início  A gente tem plena noção que está velho, quando vira e mexe, inicia uma frase assim: sou do tempo... Ou quando ao ver um pedigree, reconhece como quarta mãe uma égua a quem profissionalmente esteve ligado. Eu pensei que haviam apenas estas duas situações. Outrossim, existem outras. Como a que aconteceu ontem ao ler - ao final do dia - um email de um leitor. Ele me perguntava se o Castelo Branco a que me referi - numa citação - era aquele general que havia sido o nosso primeiro presidente da bendita revolução militar de 1964-1985.

A indagação do leitor, das duas uma, ou se tratava do opróbio cultural a quem sempre estivemos submersos, como habitantes de tabas, paternalizados pelos pajés do Planalto, ou eu sou um ser comprovadamente ultrapassado que ainda me sinto no direito de tratar dinossauros e trogloditas, como membros da atual civilização e cita-los, como se fosse obrigação de todos saber o que aconteceu no tempo da inquisição. Por isto, explico-me.

Carlos Castelo Branco, foi um piauiense, e em minha concepção, o maior articulista politico de minha época, quando ainda jovem. Escrevia qual um príncipe. Era simples, direto e mais do que tudo objetivo e conclusivo. Tudo aquilo que não consigo ser, quando defendo minhas teses. Nada tem a ver com o general Humberto de Alencar Castelo Branco, outro nordestino, mas de origem cearence, que embora, aparentemente pudesse parecer bem intencionado ao inicio,  acabou escorregando na maionese e proporcionou aos que os que o seguiram, o palco perfeito para que nós, não mais, conseguíssemos tirar o pé da jaca.

Confesso que sempre fui mais propenso a seguir os passos de articulistas envoltos em mais cor, e mistificações, como o enervante Paulo Francis, o "aberrativo" Nelson Rodrigues e mais recentemente o melhor articulador de metáforas, o Arnaldo Jabour. Sobre eles inspirei-me para ter aquilo que acredito ser o meu estilo. Respeito aqueles que seguem a escola CARLOS Castelo Branco - o  castelo a ser seguido - do tipo Merval Pereira, mas me sinto impossibilitado a pertencer a esta escola, por total falta de predicados.

Sou do tempo - olha eu batendo na mesma tecla - que escrever sobre o turfe era uma coisa natural. Haviam dezenas de pessoas fazendo. A grande maioria de uma forma simples, alguns de uma maneira caricata e até havia um, que recheando seus textos de citações e termos - em sua grande maioria francesas - sugeria um bacharelismo pernóstico, totalmente destituído de lógica, digno de nossa formação que pressupõe que cultura, são palavras difíceis de serem compreendidas expelidas em grande profusão e juntadas em forma de texto.

Não sei se numa guerra, eu estaria dentro daquele 1% que poderia se considerar guerreiro, mas pelo menos, defendo minhas teses e uso o passado da mesma forma que um handicapeur o faz, tendo abaixo de suas vistas as performances passadas de um determinado animal. Também sou atacado, uma vez por outra, pelo bacharelismo pernóstico, e solto meus alures, plusmusts... 

Todavia, apenas opino e de vez em quando seleciono para alguém aquilo que eu acredito e acho que as pessoas deveriam fazer. Quem verdadeiramente decide a nossa guerra, são criadores e proprietários. Nós profissionais, temos que ser apenas instrumentos daqueles que realmente põem o dinheiro e fazem toda esta engrenagem ir adiante. E dentro deste cenário, estão também aquele 1% que posso considerar guerreiros.

Como aqueles que acreditam em um reprodutor, independentemente de sua nacionalidade, e o municiam daquelas que considera as éguas ideais para o tornar um elemento de ponta no breeding-shed. Ou mesmo daqueles que não tendo posse total de um reprodutor, tentam desvendar nele, o que seria necessário, para se extrair do mesmo, a qualidade que demonstrou em pista. Aqueles que estudam cruzamentos e acreditam que todo cavalo de corrida tem, pelo menos um ponto de força, capaz de impulsiona-lo pela frente. E é justamente ai, que aquele a quem considero guerreiro/a não pode se enganar na detecção deste ponto de força.

Há dois dias atrás um de meus patrocinadores fez uma consulta e apresentou duas éguas - ambas de pedigree soberbos e que custaram a ele os olhos da cara - para serem cobertas por um reprodutor, recém trazido para a criação de pedigree, vamos assim dizer benevolentemente, de pouca profundidade genética. Vamos colocar desta forma. fisicamente e em termos aptitudinais, ele preenchia - em meu parecer - os requisito básicos, mas geneticamente deixava muito a desejar. Justamente aqueles corredores, a quem sempre me refiro, como as exceções à regra.

Pela duas éguas propostas senti que a ideia básica era duplicar a presença de Swanilda nos pedigrees dos produtos, tendo ela sido escolhida como o ponto de força. Mas seria Swanilda algo a ser duplicado? Ghadeer, seu mais proeminente filho, foi um grande garanhão - no Brasil - que não conseguiu fazer de um filho seu, um real reprodutor, embora Mensageiro Alado deva ser lembrado, como também - talvez principalmente - o fato deste último ser uma descendente direto de Key Bridge. Em pista Ghadeer - uma cavalo preço record mundial de vendas à sua época - não passou de um ganhador de graduação 3, na Itália. Por sua vez, seu irmão materno Arizelos, correu quatro, ganhou três, mas provas sem a menor consequência. E sua graduação em listed, em carreira na distância de 4,000 metros, na qual era o faixa daquele que chegou na segunda colocação, não o credenciaria a ser reprodutor em centros mais avançados. Mas por ser irmão materno de Ghadeer, arrumou seu espaço por aqui. E nem bom reprodutor conseguiu ser.

Abro um parênteses de cunho apenas pessoal. Se jovem e solteiro fosse, e viesse a ser convidado a sair com a irmã de Gisele Budchem, declinaria a oferta, sem mesmo a olhar. Nunca fui partidário a louvar a irmã da divindade. Só a divindade presto os meus respeitos. Fecho parênteses, sem ter certeza de ter-me feito entender.

Assim sendo duplicar uma égua, que seus dois filhos fracassaram no item classe aptitudinal, não me parece o caminho certo, se a idéia é se criar um cavalo de corrida. Embora, da mesma forma complementaria, que mal algum irá fazer. Sempre haverão filhas que aproveitadas na criação, teriam teoricamente um espaço maior de obtenção de sucesso. Todavia, uma das éguas propostas, era um Known Heights, que como Arizelos, foi um filho de Shirley Heights, e é justamente ai, que algo pode ser, - mesmo que remotamente - sonhado.

Em outro estabelecimento de cria, para o qual presto serviços profissionais, utilizo-me de um reprodutor, cuja mãe é uma filha de Shirley Heights, e pela performance staminica e tardia de seus filhos, acredito que a imposição deste filho de Mill Reef, se faz - na grande maioria das vezes - presente na progene deste reprodutor. Por que então não duplicá-lo? Principalmente em elementos que já provaram ter stamina? Tenho feito isto, pois, não são poucos, de uns tempos para cá, os elementos duplicados em Shirley Heights e em seu pai Mill Reef, que estão obtendo êxito em provas de grupo, na Europa. Não seria coerente, se escolher esta égua, e não a outra, para o citado reprodutor?

Nesta última semana, dois ganhadores de grupos, em dois continentes distintos, apresentaram imbreeds em Lyphard, o pai de Ghadeer. Não seria esta uma outra duplicação a ser tentada? Estudando o caso, detectei, não muitas, mas algumas formulas que poderiam aumentar as chances de sucesso deste reprodutor, na obtenção de uma genética mais forte.

Porém, para simplificar as coisas e não me tornar um guerreiro morto, acho sempre melhor a utilização de um reprodutor repleto de nomes, que a seu ver duplicados, poderiam aumentar em muito suas chances de sucesso. Mas, parabenizo a aqueles que pertencem a este ínfimo percentual de 1% e que tentam, de uma forma ou de outra, fazer com que as coisas aconteçam, com as armas que dispõem em mãos.

Acho que finalmente justifiquei o primeiro parágrafo desta missiva.