PAPO DE BOTEQUIM: A CULPA É DA SERPENTE

CHEGAMOS AO ÚLTIMO PAPO DE BOTEQUIM DO ANO

COM UMA TRISTE CONSTATAÇÃO

QUE A CULPA SEMPRE SERÁ DA SERPENTE

EXPLICO-ME
ANTES DESEJANDO UM FELIZ ANO NOVO
AOS AMIGOS, AOS INIMIGOS E ATÉ
AQUELES INDIFERENTES

Desde que o mundo é mundo, que o homem tomou as suas decisões pensando mais em si próprio, do que propriamente na coletividade. Eva pegou a maça, mesmo sabendo que era proibida e acusou a pobre da serpente que estava passando por ali. Adão se irritou, mas nada podia fazer, Eva era a única no pedaço e deu no que deu: Caim matou Abel, pois, os maus exemplos vinham de cima. 

Um processo de livre escolha sempre foi o adotado pela maioria da população. Mas o nivelamento de idéias nunca me pareceu digno de algo que deveria ser considerado como civilizado. Os romanos sabiam que o povo gostava de baixaria e assim instituiu o circo. Hoje o MMC não me parece muito diferente, Nelson Rodrigues dizia que só os canalhas eram bem quistos. E ele estava certo. Rosseau inspitou Rosbepierre - O incorruptivel - a estabelecer um revolução na França pregando a Fraternidade, a Liberdade e a Legalidade. Fez rolar as cabelas nobres, e nos cinco meses finais, antes que a sua viesse a rolar também, decepou dezena de milhares, daquilo que considerava seu povo, por simplesmente não concordarem muito com suas idéias de governo.

O futebol que já foi um grande entretendimento popular se transformou numa arena de gladiadores, dentro e fora dos estádios. Ontem na Inglaterra, hoje no Brasil. O esportes olimpicos perderam os idéias básicas de sua formação, criadas pelo Barão de Cupertin, com doppings, ontem da Alemanha Oriental, hoje da Russia.

Porisso tenho calafrios e uma orticaria nefasta quando me deparo com alguém profético ou com estigmas imersos em dogmas.  E o turfe, que um dia foi o esporte dos Reis, e que durante séculos manteve a sua classe e personalidade - considerada esnobes por muitos - está caminhando a olhos vistos a cair também no lugar comum.

Isto não é saudosismo. Você se apaixona por algo, pelo que ele representa. Você ama Beethoven e Mozart, mesmo sabendo que eles morreram mais pobres do que morrerão Michel Teló, Wesley Safadão e Anita. Não importa, ele tinham uma maior percepção do que era música. E quando uso exemplos nacionais, poderia usar também, de outras paises, com Madonna, Lady Gaga e Beonce, todavia, estas, pelo menos, tem talento.

A Europa, os Estados Unidos, a Oceania e o Japão, estão tentando no turfe, manter as coisas em seus devidos lugares, como foram colocadas por aqueles que instituiram a atividade. A classe demonstrada em pista é o objetivo, para que ela possa nortear a criação que se segue. Esta sempre foi a base da atividade. Quem prova em pista, tem o privilégio de ser usado na reprodução.

Outrossim, quando este que é utilizado na reprodução fracassa, não deveria ser utilizado em lugar algum. Não é porque na Venezuela se joga um mal futebol, que qualquer pereba brasileiro, irá lá aportar e se torrnar idolatrado. Quando não se tem a capacidade de transmitir classe, não será em um centro menor, com éguas menos categorizadas que ele, o fracassado, será capaz de mudar sua indole. Principalmente aqueles que tiveram seu inicio nos grandes potentados criatorios: Coolmore, Juddmonte, Darley, Aga Khan e outros. Isto não lhe paece lógico?

Um pouco aproveitado, ou advindo de uma criação infeliz, pode ter um destino diferente, mesmo tendo fracassado. Porém, cabe ao agente ou ao interessado saber discernir o joio do trigo. E não é exatamente isto o caminho que seguimos trilhar. Preferimos, o fracassado dos grandes protetorados, pois, eles dão as maiores chances para agentes ganhar seu dinheiro de uma forma fácil e rápida. Como falar mal de um ganhador do Arco, do King George, da Breeders Cup Classic ou do Kentucky derby?

Mas se ele iniciou seus serviços reprodutivos num grande protetorado e fracassou. TÔ FORA! 

É verdade, que haverá um num universo de cem, que poderá o surpreender, como no caso dos Buckpassers na América do Sul, - um fenomeno aceito, mas até hoje não compreendido. Mas não acedito que este seja um percentual em que você deve calcar seu investimento.

Minha guerra não é contra os individuos e sim sobre o conceito que norteia suas importações. Qual os elementos de shuttle, considerados fracassos, em qualquer hemisfério, que vieram ao Brasil e se tornaram sucesso? E se bobear, será trazido para o Brasil, outro, sob o mesmo principio. E a culpa será da serpente...