Quando ele escreveu que deveriamos chamar o pão de pão e o vinho de vinho como indispensável, entre outras coisas, pra que a liberdade de expressão faça sentido, na verdade o que ele quer é que as pessoas tenham opiniões, as exponham de uma forma direta e não se escondam sob o manto do "suposto" ou "suspeito", que constam da primeira página do dicionáio básico do politicamente correto.
O Lula não foi supostamente condenado. Ele foi condenado. A dona Dilma não é suspeita de irresponsabilidade administrativa. Ela é uma má administradora. Os aduladores do ôvo alheio e os demagogos de botequim, adoram esta atmosfera de indecisões e imprecisões. Tudo em prol do politicamente correto. Comprometer-se? NUNCA! Como você pode dar uma perfeita opção a um cliente na compra de um animal, se apenas suspeita que aquele lote, supostamente pode vir a ser um bom cavalo de corrida? Esta assimetria ideológica de não chamar pão de pão e vinho de vinho, é que faz com que as dúvidas sejam maiores que as certezas. E como aqui mesmo já afirmei, errar todos vão errar, mas aqueles que irão aprender, mais rapidamente com os seus erros, são justamente aqueles que não erraram por omissão.
O turfe brasileiro está tão distante do turfe de primeiro mundo, como a terra da galaxia alfa. E palavras, afirmativas e posicionamentos fazem a diferença, mesmo no mundo politicamente correto onde os negros tem que ser chamados de afrodencendentes, que prostituta passou a ser terapeuta sexual, e que o anão é visto agora como um verticalmente prejudicado. Este verticalmente prejudicado li em algum lugar e nunca mais me esqueci. A que altura uma pessoa deixa de ser virtualmente prejudicada?
Em um turfe que não raciocina, Northern Dancer deveria ser tratado como um virtualmente prejudicado, e o fato de descender de outros dois virtualmente prejudicados, Nearco e Hyperion, só agravaria a sua situação. E deu no que deu.
Você não pode se dar ao direito de sempre se manter encima do muro. Em algum momento, um dos lados do mundo, será o correto. O Trump quer construir um muro. A Alemanha Oriental a poucos anos derrubou um. A diferença é que um é para evitar a entrada e outro para eliminar as chances de saida. Em qual dos lados do muro, você gostaria de estar?
Não existe na criação de cavalos de corrida, verdades absolutas. Todas as teorias estão sujeitas a erros. Você pode na genética garantir um tomate mais vemelho e um abobora ainda maior. Mas infelizmente não é capaz de garantir um cavalo que corra mais que os outros. Apenas que ele terá um boa chance de ter quatro patas, duas orelhas e uma cabeça. E que percentualmente aquele força genética engendrada em cruzamento, aumenta as suas chances de êxito sobre seus concorrentes. Apenas isto.
E é exatamente isto que prego. Colocando os pingos nos is. E torcendo para que estes is, sejam os corretos. Um grande reprodutor não necessáriamente será um grande avô materno, embora a qualidade de linhas a ele ofertadas a partir de um determinado momento, ajude em muito.
Acima está a história dos avôs maternos em nossa era de provas de grupo, que teve seu inicio em 1974. Partindo-se do meu principio que com 15 individuais ganhadores de grupo, um determinado semental tem o direito de ser chamado de um bom avô materno, descobiremos que até aqui apenas 19 se enquandram neste universo de pesquisa e analisando-se caso a caso, veremos, que mesmo entre aqueles que sobressairam existe o joio e o trigo, como por exemplo Hang Ten, cujas filhas só produziram ganhadores de grupo com Clackson. Não seria Clackson a razão, já que este produziu muito mais ganhadores de grupo, em mães por outros reprodutores?
Para mim, não existe o menor resquicio de dúvida que Baronius com muito menores chances que Felicio, foi melhor avô materno que o pastor chefe do São José e Expedictus. Da mesma forma que me dou ao direito de achar Waldmeister melhor avô materno que Roi Normand, e que os filhos de The Minstrel, Midnight Tiger e Minstrel Glory, primaram mais pela quantidade do que pela qualidade. Ou será que Midnight Tiger com o mesmo número de ganhadores de grupo como avô materno que Tumble Lark pode ser comparado ao mesmo? O primeiro com dois ganhadores de grupo 1. O outro com dez, na minha opinião responde por qualquer dúvida que ainda possa existir numa cabeça avoada...
Verdade absoluta? Só uma, Ghadeer é uma excepcional opção, na posição que for colocado em um pedigree, menos como pai de reprodutores, o que no Brasil já se tonou uma praxe.
Outro fator prova aquilo que afirmei acima. O fato de ter sido um grande garanhão, não o qualifica a ser um excelente avô materno. Ajuda muito, mas não garante. Da mesma forma que reprodutores como Executioner, Earldom II e St. Chad que nem figuram entre os 20 maiores produtores de individuais ganhadores de grupo, brilharam como avôs maternos.
E as analises de cada caso o levarão a conclusões ainda mais precisas. E a pergunta passa a ser, porque então ficar encima do muro?
