Não me sinto apto a ensinar o que quer que seja a quem quer que seja, em se tratando de criação de cavalos de corrida. Pois, quanto mais aprendo, mas descubro que tenho que aprender. mas como amante da profissão me irrito com certa sandices expelidas por alguns que se acham donos da verdade.
Logo, em tom nada professoral, o que tento fazer diariamente, desde que me imbui na necessidade de escrever, é apenas transcrever a conclusão de minhas analises e observações sobre o que as principais provas de grupo me dizem. Se capto as mensagens certas, melhor para mim. Mas estaria eu as captando?
Não temos no Brasil, uma imprensa especializada no assunto. O que é uma pena, pois, uma imprensa livre e desinibida, estaria preparada a funcionar com um antídoto às doses divinas de narrativas, levadas a efeito por aqueles que acreditam ter a posse das verdades. Como o dileto leitor que me fez a pergunta. Alguns dos quais que escrevem bem, porém, a meu ver, sem conteúdo pratico.
A atividade serve para automatizar aqueles que possuem os melhores resultados. E quanto mais se ganha, mais se contamina a mesma. Cresci ouvindo que reprodutores eram trazidos para o Brasil, para na pior das hipóteses, virem a produzir fêmeas, que posteriormente aproveitadas na reprodução, fariam enriquecer nossas linhas maternas. Seria este fato verídico?
Vamos tomar como exemplo uma dos artífices de nosso banco genético, o já desaparecido haras São José e Expeditos, da família Paula Machado. Creio que nos idos tempos de sua fundação houveram nomes como Formasterus e Fort Napoleon, que além de excepcionais reprodutores, foram também grandes avôs maternos. Mas se levarmos em consideração apenas o período de nossas provas de grupo, constataremos que o nacional Baronius - de sua criação - talvez tenha vindo a ser seu mais importante produtor de reprodutoras, mesmo sendo noticiado ser ele portador de sérios problemas de fertilidade.
Mesmo assim, Baronius - como avô materno - obteve até o presente momento o melhor resultado com nove de seus 19 individuais ganhadores de grupo, suplantando até o ultimo pastor chefe daquele importante estabelecimento de cria, Felicio, que conta como avô materno, com 14 individuais ganhadores de grupo, sendo apenas quatro de graduação máxima. Dos demais sementais que serviram naquele haras, Baronius, como avô materno, só poderia vir a ser ultrapassado por Know Heights, que ora conta com 15 individuais ganhadores de grupo, sendo sete de graduação máxima. Karabas, que segundo o próprio Dr. Linneo de Paula Machado, veio tendo na época, como intuito maior, a formação de um plantel, obteve até aqui, os mesmo números de Felicio, ou seja, suas filhas vieram a produzir, 14 individuais ganhadores de grupo sendo apenas quatro de graduação máxima.
Mas se a uma década atrás fossem oferecidas fêmeas de mesma linhagem filhas de Felicio, Karabas ou Baronius, o último é que gozaria de menor prestigio.
Só para se ter idéia do desprestigio de Baronius, bem como o despreparo de quem fez o comentário, ouvi estarrecido a pergunta, porque alguém escrevia sobre aspectos do turfe, usando o cognome de Baronius. Responderia, que talvez por ele ter sido, um dos melhores cavalos criados pelo São José Expedictus de todos os tempos, e certamente o melhor no período moderno, e como avô materno aquele que obteve maior destaque até aqui.
Acho um insulto esta pergunta. Seria o mesmo que eu perguntasse bisonhamente, porque anos atrás tínhamos um comentarista que assinava como Escorial e não como Farwell ou Adil?
Quem assim o faz, certamente não sobreviverá um segundo como uma barata num galinheiro e provavelmente irá perder algum órgão vital em rio de piranha.