Uma vez Shakeaspere - seja ele um nobre ou um carcereiro - disse algo em um de seus escritos que me calou fundo: chorei quando não tinha sapatos, mas parei de chorar quando vi um homem sem pernas. Pois bem, esta é a maneira que você deve sempre encarar a vida e os problemas que ela lhe trás. Pois, por mais pesado que seja seu fardo, sempre haverá alguém a carregar um ainda pior.
Nosso fardo em termos de turfe é tremendamente pesado. E cada dia se torna pior. Mas de quem seria a culpa? Nossa. Deixamos a coisa escorrer pelo ralo, e agora fica difícil resgatar. A economia não ajuda. O governo atrapalha e pouco entusiasmo vejo crescer entre os remanescentes. Renovação? Não a noto. Desistência, cada vez maiores. No que isto vai dar? Não ouso nem imaginar...
Não existe o menor resquício de dúvida que a familia Pelanda, está se tornando um must no turfe brasileiro. E creio que isto ficou claro nestas últimas semanas, É bola e bulica. Sem perdão. Fato este que arrancou do Edson na live desta última segunda, uma afirmativa forte. Eles são hoje o mais poderoso stud em funcionamento no cenário brasileiro. E quando eu falo brasileiro, abranjo os quatro hipódromos oficiais e as canchas retas. Só o nordeste está por enquanto livre de seu domínio.
Mas seria o Brasil o universo? Eu diria que não. A América do Sul e os Estados Unidos, deveriam ser as metas a curto médio prazo. No caso do quilômetro argentino de San Isidro, não vejo outro conglomerado com condições de conquistar o cetro. Que para mim, diga-se de passagem, é muito mais complicado que vencer o Pellegrini ou a Copa de Plata.
E a seguir a vitrine maior,
Já provei que com cavalos brasileiros até inéditos, escolhidos a dedo, dão para ganhar o Santa Anita Handicap, há de ver conhecimento na seleção e principalmente no projeto operacional. Einstein provou a minha tese. Pico, Riboletta, Siphon e Bal a Bali, ganharam provas que pareciam impossíveis de serem alcançadas. Logo, o que há de se temer? Não haverão chuvas e trovoadas, se você lá chegar, com capa, guarda-chuva e galochas.
Existem dois ou três grupos nível Rio Iguassu, Cifra, Old Friends, Figueira do Lago, Regina, Rio Dois Irmãos, H & R, Anderson e satélites, e haras do Morro, para se citar apenas alguns, com esta capacidade. Não seria hora de se criar um consórcio? Cada um com dois elementos a enfrentar o desafio? Um núcleo que se concentre no operação e lógica. Um ou dois treinadores com a lucidez de aceitar as características do cavalo brasileiro e pau na máquina.
Se um destes 8 ou 16 funcionarem, ninguém perde dinheiro e se cria um novo universo. Uma nova esperança e a chance de uma extensão de vida.
Utopia?
Talvez, mas com a experiência que tenho, e resultados obtidos, afirmo que teria tudo para dar certo. Mas lembro a meus navegantes que quando afirmava que um cavalo brasileiro - bem escolhido e bem operado - poderia ganhar a Dubai Cup, o Santa Anita Handicap e até o King George VI, poucos foram os que acreditaram, E deu no que deu...