Você, amante do turfe, tem todo o direito de apreciar mais o Arco, o King George e até o Epsom Derby que o Kentucky Derby, mas igualmente há de aceitar à luz dos fatos, que um evento que atraia a atenção simultânea de quase 16 milhões de expectadores, deve ser respeitado não apenas por sua penetração como por sua ação motivadora.
Pois é a NBC, anunciou que nesta disputa do Kentucky Derby, o número de expectadores beirou os 16 milhões. E o mais contundente ainda, não foi um apelo pontual, pois a oito anos, esta audiência não é inferior aos 15 milhões. Trata-se de um evento consolidado. Porém, outro fato interessante de se notar, cedido pelo órgão de comunicação, é que desde 2019, onde alcançou mais de 19 milhões, este evento, não se mostrava tão grande. Certo que atravessamos anos de pandemia, mas mesmo assim, os dados demonstram que havia muita curiosidade no que poderia vir a acontecer.
Em 2019 o simples fato do tempo despendido para a configuração da desclassificação após a carreira de Maximus Secutity, influenciou em muito a audiência ao final da transmissão. Ela se manter firme até o desenrolar da novela.
Se juntarmos a isto os ouvintes do Twitter, Face Book, Instagram e Tick Tock, as quatro mais importantes plataformas de streaming, foram mais de 36 milhões que assistiram ao replay da prova. Isto coloca este evento acima do Superball, que ate a década passada detinha os maiores recordes de audiência.
Quantas pessoas estarão ligadas no Grande Prêmio São Paulo? Desculpem, sei que a comparação é exdrúxula, mesmo em se tratando de eventos que primam por uma importante corrida de equinos. Mas apenas prova, a capacidade que uma mídia dirigida pode conseguir, se motivada financeiramente na direção certa e levada a efeito por gente que conhece o negócio.
A grande verdade, é que carecemos de uma mídia especializada e de interesse de difundir algo, que leva tempo, dinheiro e exige o dispêndio de muita força de vontade. Números como os atingidos pela NBC, são fruto de muito trabalho e investimento. Hoje nem no futebol, conseguimos audiências deste calibre no Brasil, embora as adesões de publico nos eventos de aparição de Bolsonaro, sejam os mais concorridos. Mas vejam os showmícios de Lula? Estão as moscas.
Temos que conscientizar publico, para se conseguir uma audiência, digna de nota. E antes de tudo, bancar a mídia para se interessar em conseguir esta audiência a médio e a longo prazo. É um trabalho de formiguinha, Mas que tem que ter um inicio, a qualquer dia. Quanto antes, melhor. E quanto mais cedo, menos dinheiro dispenderemos.
Sem publico, não há jogo. Sem jogo não haverá movimento útil de apostas. Sem movimento de apostas, não existirá a possibilidade de aumento de dotações. E sem o aumento destas, não há como convencer investidores a criarem ou possuírem cavalos de corrida. É simples assim. Um circulo vicioso que vai do palco a platéia.
Um dia o baseball foi a febre dos sports norte-americanos. Febre esta, suplantada por uma epidemia chamada football. Agora, que vivemos a era das pandemias, chegou finalmente a hora do turfe, com eventos picos, como o Kentucky Derby e a Breeders Cup. No evento de Churchill, mais de 100,000 pessoas presentes na sexta com direito a pancadas de chuva e quase 150,000 no sábado, em tempo firme. Publico para ninguém colocar defeito.
Eventos são erigidos a luz de quem eles sabem explorar. O palio de Sienna para uma nação. Porque o Kentucky Derby não o faria o mesmo, com um planeta?