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JOCKEY CLUB BRASILEIRO

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terça-feira, 5 de março de 2024

EXPERIÊNCIAS VIVIDAS E CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS. - Jose Luiz Polacow.

Continuação de ontem

Ambiente 

Como após as viagens de estudo optamos pela Califórnia tivemos a oportunidade de conviver com uma época de ouro daquele centro, aonde os hipódromos de Santa Anita , Hollywood Park e Del Mar brilhavam.

Treinadores de primeira linha como Bobby Frankel, Charles Whittingham , D. Wayne Lucas , Richard Mandella, Gary Jones, Neil Drysdale , John Gosden e muitos outros competiam pra valer. Conviver diariamente por dois anos neste ambiente foi um enorme prazer. Nem mesmo tendo que levantar às 4h30 da manhã todo dia era um problema.

Quarentena

Entrando em áreas importantes acho interessante passar a minha visão.
 
Começo pela quarentena.N

Nós queríamos que os cavalos fossem de São Paulo direto para Los Angeles e precisávamos encontrar uma quarentena nessa cidade.
Após muito pesquisar Conhecemos a jet Pets localizada junto ao aeroporto da cidade.

Foi ótimo pois lá permitiam que uma pessoa nossa acompanhasse os cavalos diariamente cuidando do seu bem-estar. Foi de grande valia.

Na quarentena de Miami os cavalos ficariam, pelo menos para nós, sem acesso e sem informações a respeito deles.

Bom que se diga que a quarentena dura sete dias , sendo os dois primeiros para ficarem prontos os exames de sangue (principalmente a piroplasmose) e mais cinco dias para ver se a temperatura dos animais se mantinha estável . O receio era com a peste equina venezuelana. Sete dias sem febre afastava esta possibilidade de infecção.


Aclimatação

Muito se fala sobre a necessidade do período de aclimatação e o que vivenciamos e ouvimos é que o cavalo sul-americano realmente tem que passar por esse processo. Pode variar de cavalo para cavalo mas em média dura quatro meses. Neste período pode se montar e com o passar do tempo até começar a exercício suaves.

Quando da estreia se deve esperar pelo menos 4 semanas para realizar a segunda corrida. 
A partir daí normalmente o cavalo segue melhorando por uns seis meses.

Tinha que se diminuir o volume de ração dada em comparação ao Brasil pois a aveia e os outros produtos eram de muito melhor qualidade que os nossos e poderiam deixar os cavalos pesados.

Os nossos cavalos que aqui eram sãos lá não vinham a apresentar problemas.

Experiência com gosto amargo.

Quando chegamos éramos motivo de curiosidade para 
não dizer de chacota. Como exemplo cito o comentário do Racing Form no dia da estreia do Alpino : "de que planeta veio este"?
Com as vitórias o que era chacota virou prestígio.

Medicação

A medicação, notadamente o lasix e a butazolidina, eram permitidas.
A ideia de quem olhava do Brasil era de que essas drogas eram positivas e deveriam, na opinião de alguns, ser liberadas por aqui também.

Mas o lasix tinha muitos aspectos contrários e vou aborda-los quando falar sobre o impacto da minha experiência no Brasil.

Hoje os norte-americanos estão desesperadamente atras de uma menor incidência de problemas graves físicos mas será que uma parte destes problemas não seria decorrente da genética já trazer características contrárias ao fator ideal de sanidade?


Chamada dos páreos

Abordando a chamada dos pareos ela não é tão adequada quanto gostaríamos no que toca aos pareos de allowance. Muitas vezes devido a alta qualidade de uns inscritos outros evitavam correr e os pareos não formavam.

A chamadas dos pareos de claiming eram abrangentes e se encontrava facilmente aonde correr.

É necessário somente uma valorização adequada de seu animal pois muitas vezes havia uma estimativa muito alta e o consequente fracasso pela dificuldade da qualidade da turma enfrentada.
 A chamada cobria pareos tanto na areia em qualquer distância como na grama da milha para cima. Em Santa Anita existia (como existe ainda hoje) distância de 1300 na grama.

Profissionais brasileiros

O treinador norte-americano, em sua maioria, usava sistema de treinamento diverso do nosso e muitos animais não correspondiam.
Quanto ao nível técnico dos profissionais brasileiros tenho convicção de que os treinadores e veterinários estão no mesmo nível dos de lá e os joqueis que tenham habilidade em usar o chicote com as duas mãos igualmente também estão.

Lá o peso carregado pelos cavalos bem como o Joquei ser ambidestro eram fatores muito mais levados em consideração do que por aqui.


Agente de Jóqueis

Todo Jóquei tem seu agente. Com ele que você acerta os compromissos de montaria. O grande agente de Jóqueis Ron Anderson se tornou um grande amigo e com ele pude vivenciar o altíssimo nível de dedicação do pessoal de lá. Hoje passados 40 anos ele continua na ativa e e agente de Jóqueis como Joel Rosário e John Velasques.

Uma vez estávamos tomando um café com Scott Mc Clean , agente de Cris McCarron, e perguntei a ele como o seu jóquei havia ganho 546 corridas em um ano? Ele me respondeu que foi majoritariamente no tempo de aprendiz que é de um ano desde a sua estreia e que ele levava cinco libras durante todo este tempo. Disse também que ele montava todos os dias e às vezes em mais de um hipódromo. E que essa experiência lhe deu um nível de profissionalismo muito grande. Esse aprendizado seria muito útil quando voltei ao Brasil.


Passagem interessante 

Como curiosidade teve o acontecido em um jantar com Neil Drysdale e o top veterinário Steven Buttgenbach, e as nossas esposas. Neste jantar Neil me mostra uma carta assinada pelo sheikh Mohammed, esse mesmo de Dubai.

Nesta carta ele propõe a Neil para voltar a sua terra natal, a Inglaterra, e assumir o treinamento dos seus cavalos. Deixava os espaços financeiros para serem preenchidos por Neil, a seu exclusivo critério.

Perguntei então quando ele embarcaria ao que ele disse: Não troco o clima daqui pelo de lá de jeito nenhum. Vou indicar outro inglês,o então jovem John Gosden.

Hoje passados 40 anos ele continua na Califórnia e Gosden virou uma lenda na Inglaterra.


Brasil no começo dos anos 80

Nesta época o Turf no Brasil estava indo bem e as grandes coudelarias onde pessoas muito ricas.

Vende um cavalo de destaque causa de uma oferta era algo que não se queria pois o dinheiro não faria diferença e também não pegava bem.

Essa situação segurava muito a possibilidade de abertura de nosso mercado mas a bem da verdade os Paula Machado, os Peixoto de Castro , o Humberto Scarano pensavam diferente e deram muita força a exportação.

A eles, - entre outros - os meus sinceros agradecimentos.

O turfe no Brasil era e continua sendo também um ambiente de relacionamento familiar. O distinto turfman Senhor Omar Marksoud , proprietário do ótimo Nicolai, me procurou com intuito de comercializar o seu cavalo. Respondi, a ele que eu achava que não deveria tomar tal atitude pois era uma grande alegria para toda sua família cada vez que esse cavalo corria.

Pensou em me agradeceu dizendo que era pura verdade o que eu acabar de aconselhar.

PS - foto de abertura, Last Tango , montado por J. Lima, em San Luiz Rey Downs

continua amanhã