O tempo cria em você manias. Uma que tenho e que acho producente, é quando estou esperando cedo pela manhã, as provas de grupo européias, analiso os pedigrees dos competidores, principalmente nas provas entre os mais novos. E eis que neste domingo, deparei com algo inusitado - não polêmico - no Anglesey Stakes (G3) em The Curragh: uma potranca de criação da Juddemont filha de Kodiac e estreando. Não num maiden e sim numa prova de grupo.
Pensei com meus botões, por que cargas d´água a Juddmonte que tem Frankel, Kingman e acesso ao que há de melhor no universo equino, iria mandar uma ua sua para Kodiac? Ai levantando o pedigree descobri que a reprodutora era uma filha de Arch. Passei a me interessar mais, pois, queria descobrir qual era o nexo da questão. Trabalhei junto a Juddmont em Lexington e sei que eles não são chegados a improvisos. Tendem sempre a ir no sólido. Procurei por sua estréia e me encantei com que vi o que ela aprontou em Cork. Venceu sem mexer um músculo sequer por muitos.Tinha que ter caroço neste angu !
Pois tinha mesmo, já que o pedigree de Babouche era simplesmente perfeito em termos de estrutura genética. Descendia de uma linha tronco, a 9-e, que sempre comparece com um grande número de ganhadores de grupo, estando este ano atualmente na quinta colocação com 20 individuais ganhadores de grupo, posição esta obtida em 2023. Em sua estrutura genética, imbreeds em Northern Dancer, Danzig, Sharpen Up e duplicações nas matriarcas Natalma e Double Sure. E se isto só não lhe bastasse , o usual linebreed em Hyperion, nesta oportunidade por 12 linhas do chefe de raça, sendo sete distintas dos quais cinco formadas por machos. Perfeito.
Que fiz eu? Uma fezinha despretenciosa. Constatei ser ela favorita e me interessei em ver no que ia dar. Contudo nada despretenciosa foi a vitória de Babouche, batendo a brigada da Coolmore e demonstrando muito coração. Para mim, venceu, convenceu e garantiu parte de um bom jantar no Craft de Bayside.