Tem gente que acusa aquele que consegue chegar a uma idade mais avançada de ranzinza. Por experiência própria, diria que ranzinza não seja o termo exato que deveria ser utilizado, e talvez exigente. Quanto mais você se enfronha em uma atividade, maior se tornará seu grau de exigência. Não é qualquer prazer que lhe encanta.
Sempre fui uma cara detalhista e hoje vejo o turfe brasileiro sobreviver pela qualidade das pessoas que nele militam. Somos poucos, mas poucos que fazem a diferença. Poucos capazes de gerar a um jockey recordista mundial de vitórias. A outro capaz de ganhar três estatísticas britânica. E ainda um que onde vai é tratado como o fantasma. Aquele que faz a quem pilota, modificar-se positivamente.
Temos, em minha opinião, veterinários em nossos haras que não devem nada aos que convivi em Lexington. E pasmem, depois, que o Santa Ana do Rio Grande foi vendido, Bagé e Acegua - ATÉ ÉQUE PROVEM AO CONTRÁRIO NOSSO CENTRO MAIOR DE CRIAÇÃO - amanheceram sem um centro cirúrgico. Um cavalo tem uma simples colica e tem que pegar um caminhão e deslocar-se não sei quantos quilômetros para Pelotas, para ter uma chance de ser operado. Imaginem Lexington sem um hospital veterinário ?
Não seria de bom alvitre construir-se um hospital por lá? E que tal um centro de treinamento para que os oriundos daquele rincão possam ter sua doma e seus primeiros exercícios ? E que tal, levarmos em consideração que com poucos treinadores deslocados para o hemisfério norte, um deles já foi capaz de ganhar com animais de baixo custo o Alabama stakes e o Arkansas Derby ? Se vpc~e contar, ninou~em acredita.
E o fato do cavalo brasileiro já ter ganho a prova que na épopa tinha a maior dotação do universo? Outros dois a prova de maior vulto da California. E de quebra ter um segundo colocado na prova de maior importância na milha e meia, para os de todas as idades, em pistas britânicas. Não conta????
E isto levando-se em consideração que no Brasil ganha-se uma prova especial em prado não oficial, e é imediatamente garantido um negrito em folha de catalogo. Em que a peneira de certos analistas, só não passa o infinitamente matungo. E que gente despreparada prepara currículos estratosféricos, sem produzir resultados práticos na pista ou fora dela. O pais em que alguém tem que ganhar...
E ainda levando-se em consideração que não temos incentivo algum por parte do governo, não recebemos nenhum apoio da imprensa de massa e e somos tratados como um hobby de gente rica que nada tem para fazer e mesmo assim, sobrevivemos.