PAPO DE BOTEQUIM: SEM VIRGULAS, RETICÊNCIAS OU ACENTOS.

Desculpem-me os que assim pensam, mas não há em minha mente o menor resquício de duvida que Zenyatta e Rachel Alexandra na meia distância do dirt norte-americano e Enable na relva dos 2,400 metros europeu, foram as fêmeas que melhor se portaram em pista, neste século. Palavra de escoteiro, que nunca fui !

Outrossim é igualmente verdade que entre a duas norte-americanas, existe uma maior simpatia, de minha parte, por Zenyatta, embora confesso a quem queira acreditar, que não tenho a menor idéia de num mesmo páreo em 2,000 metros, onde participassem pelo menos meia-dúzia de adversárias, quem poderia sagrar-se vencedora. Elas correram por toda uma temporada e nunca se defrontaram, o que prova a tese do respeito existente entre as equipes. Logo, nem eles tinham certeza. É tão sincero o teor de minhas palavras, que se uma corrida desafio fosse realizada entre as duas, acredito que pelas distintas formas de correr, que a filha de Medaglia D´Oro teria mais probabilidades de bater a de Street Cry. Outrossim, ai sempre se estabeleceria o tal do se. 

Minha simpatia maior por Zenyatta, talvez seja produto da forma como ganhava suas carreias, vinda sempre do fundo, pilotada por um Michael Banana, que teimava em arriscar sempre com o que poderia se constituir em sua primeira derrota. Acho eu, que este idiota - idolatrado pela critica local - queria provar algo, O que? Não sei realmente o que poderia ser. 

Enquanto isto, Rachel Alexandra, do outro lado do continente determinava trens de carreira, simplesmente avassaladores. Esta ultima bateu os machos em três oportunidades; no Preakness, no Haskell e no Woodward, todas de qualificação máxima. E contra as de mesmo sexo, simplesmente estabeleceu uma vantagem de mais de 20 corpos, naquela que é considerada a maior prova da geração, para as fêmeas sediadas nos Estados Unidos, o Kentucky Oaks.

Lembro aos navegantes que foram necessários 85 anos, para que uma fêmea voltasse a levar a melhor em um Preakness. Sagrou-se a única potranca até aqui a ganhar o Woodward stakes, na história deste pais. Sua versatilidade era indiscutível, já que veio a vencer dos 1,200 aos 1,900metros. Em 2009 foi eleita Horse of the Year, batendo a um ano mais velha  Zenyatta, em votos. Logo porque minha simpatia recai sobre Zenyatta ? Talvez por eu ser, igualmente um idiota.

Ambas tinham aquele ferino senso de competitividade com sangue nos olhos. Se Tesio fosse vivo, facilmente teria igualmente detectado o sintoma. Disse uma vez, e aproveito a oportunidade para repetir, que na vida o seu melhor professor ainda é seu erro. Pois embora ele cobre muito caro, e muitas vezes o machuque, o ensinamento ficará para sempre. Somos eternos alunos da vida e principalmente quando nos sentimos impelidos a abraçar atividades complicadas como o turfe.  Talvez fosse mais simples ser um cirurgião de cérebro...

Sem virgulas, reticências ou acentos. Um ponto paragrafo, basta.