Tenho um vizinho britânico, fissurado em corridas de cavalos. E que é casado com uma brasileira. Estavamos, este fim de semana na praia, quando ele me vem com esta pergunta: como você pode ir ao Rio de Janeiro, onde as mulheres são estupradas por bandos, meninos de 10 anos roubam carros, os dirigem e são assassinados pela policia, as pessoas são filmadas sendo assaltadas na rua por pivetes, em pleno centro da cidade, torrentes de lama devastam rios e terras e ainda por cima, tem Zika, Chicungunga e Dengue rolando a torta e a direita. Pensei comigo mesmo, não deixava de ser uma interessante pergunta dentro de um bem pensado estado de espírito. Foi então que respondi; pela força do hábito...
Pois é, nós seres humanos, somos individuos regrados pelos hábitos. Nos acostumamos a três refeições diárias, dormimos oito horas por dia, trabalhamos durante o dia e quando possível, nos divertimos durante a noite. Agora imaginem os cavalos, que vivem uma vida de atleta, restrita a ir de sua cocheira à pista e de volta a mesma. Nada muda em seu dia a dia. Eles se acostumam de tal maneira, que é perigoso lhes mudar a rotina.
Estamos tendo a meu ver um ano atipico, principalmente em se tratando de Rio de Janeiro. Chuvas em demasia, Muita grama pesada na Gávea. E isto normalmente disvitua os resultados. porque alguns cavalos diminuem sua performance quando sujeitos a correr em pistas pesadas. Cavalos, teóricamente deveriam correr da mesma forma na areia ou na grama, na firme ou na pesada. Mas não extamente isto o que acontece.
Quais seriam as razões para esta mudança de comportamento? Pedigree? Talvez, pois, todos nós sabemos aqui nos Estados Unidos que os Seattle Slews, mantém o mesmo nivel de performance, na pista pesada. mas como os Deputy Ministers, desenvolvem melhor fora da grama. Outrossim, creio que a rezão maior seja o simples fato do cavalo se sentir inseguro e em contrapartida limita o seu galão a um menor que o normal, mas que pelo menos lhe mantenha equilibrio e a segurança.
A genética tem a sua parcela de responsabilidade neste setor. Existem raças que demonstram melhor aproveitamento em certos tipos e estado de pistas. Quem joga, conhece bem, o be-a-ba da questão.
O mais importante na minha maneira de ver é não se enganar com aqueles craques da lama. Que estarão presentes não só no Brasil, como em qualquer local do planeta. Tenho muito cuidado, por exemplo com aqueles que só ganharam em Deauville e na pesada. Ou mesmo na Inglaterra em terreno similar. Tivemos vários deles por aqui, trazidos por agentes, que empregados por grandes agências europeias, se viram obrigados a desovar, aquilo que ninguém na Europa e na India, bancaria.
Reprodutores estes que chegaram, ficaram e foram esquecidos. O que não me surpreende em nada, pois, nem deveriam ter vindo.
Vamos para um fim de semana, o maior de nosso turfe, com uma chamada de chuva. Isto não é bom nem para a festa, muito menos para os cavalos. E agora somado a tudo aquilo que meu amigo britânico me alertou, ainda teremos que enfrentar as intempéries da natureza. Só mesmo o hábito...
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