Termino hoje minha visita pelo Brasil. Foram 10 dias, a conquista de um grupo 1, 11 novas aquisições e o conhecimento de uma nova geração do haras Sta. Rita da Serra, que simplesmente me arrepiou. Acho que poderia traduzir como proveitosa esta viagem.
Afinal, destas 11 novas aquisições, sete foram produto de quase um ano de trabalho e três visitas in loco, a aqueles que eram oferecidos. Vale a pena? Depende do ângulo de análise. Mas quando a gente vê, um English Major liderar a nova geração, sendo ele um dos seis que selecionei ano passado, pelo menos posso afirmar que é gratificante. Mas vamos com calma, pois o assunto é complexo.
O desenvolvimento de um animal, para mim é por demais importante. Genética, sem criação, e manejo, não dá liga em treinamento. Sempre acreditei que o bom cavalo de corrida, já nasce diferenciado fisicamente. Agora mante-lo num crescimento constante é uma arte, que bons criadores dominam e um experiente agente, detecta. Eu particularmente, tenho dúvidas daquele que nasce fisicamente inferior e nas mãos hábeis de bons criadores chegam ao leilão tinindo. Por minhas visitas, tenho visto que esta "melhora" fisica é substancial quando o mesmo é preso para a preparação dos leilões, e levado a exercer um exercicio fisico que considero artificial, feito em andadores. Uma moda que pegou no Brasil.
Antes que as criticas comessem a aterrisar em minha caixa postal, quero deixar claro que não sou contra os andadores, sou sim contra a sua utilização para fins de venda, quando o animal ainda não está pronto para aquele esforço e é forçado por rotina e uma carga geral de trabalho, embora o elemento â sua frente tenha nascido três meses antes dele.
Um cavalo de corrida é naturalmente elaborado, dentro de um peso. Um peso que vem naturalmente com seu crescimento. Quando você antes da hora "força" este crescimento para fins comerciais, na verdade coloca em perigo a sanidade óssea e as cartilagens do elemento. E eu vejo isto como lucro a curto prazo para quem vende, e perda a longa prazo para quem compra. Por isto examino meus preferidos em pelo menos três vezes durante a sua vida jovem no haras. E assim, desta forma, sei quando as coisas acontecem naturalmente e quando são forçadas artificialmente.
Chegar no dia do leilão e decidir, me parece temerário, mas não sou eu que vou dier tratar.se de uma forma errada de investir.
Prender um potro em Novembro me parece uma outra atitude negativa, para seu desenvolvimento natural. Em Janeiro, o choque é menor, mas creio que choque, é choque, independentemente de seu tamanho. Eu ainda penso que antes de Março - para mim a data mínima - qualquer forma artificial de ajuda de crescimento, é maléfica ao potro.
Como no Brasil, peso é uma variante que os investidores levam em consideração, os lotes são engordados quais bois - a partir de Janeiro - e seu processo de exercício acelerado. Ai, quando entra no tattersall e é anunciado que tem 500 quilos, por aquele que o anuncia, o regozijo é geral. Se analisarmos, por exemplo, quem anda vendendo melhor em Cidade Jardim, no mes de Maio, e análise sua performance clássica em pista, haverá de se ter uma plena noção de quão nociva é esta "preparação". Num segundo estudo, compare então com quem vende melhor no mes de Junho na Gávea, e teremos a perfeita noção do que é Prada e do que é J. C. Penny. E lembre-se que os valores de prestações são basicamente parecidos entre os tops. E então é ai que pergunto, como se estivesse lidando com uma criança de três anos de idade. Onde seu dinheiro está melhor aplicado?
Antigamente
nossos principais leilões verificavam-se em Agosto. Hoje, dois a quatro meses
antes. E tem gente já vendendo em Abril... O que eu acho uma data
proibitiva. Em pesquisas por mim levadas a efeito, tendo como base
quatro anos de venda, veremos que existem muito mais importantes
ganhadores advindos das vendas de Junho, do que das vendas de Maio. O
número destes ganhadores clássicos, é igualmente maior para os vendidos
em Junho. E a proporção é de 82% contra 18% levando-se em consideração apenas provas de grupo. Quando elevamos para apenas as provas graduações máxima, o grupo dos que vendem mais cedo, cai para 9%.
Ai
separado o Santa Maria de Araras, entre os que vendem em Junho e o Old
Friends, entre os que vendem em Maio, descubro que a proporção se torna
mais equilibrada, outrossim ainda com significativa vantagem também em
número de ganhadores, para os vendidos mais tarde.
Creio
que a nossa ABCPCC deveria fazer um levantamento de quando e onde
vieram a ser vendidos oficialmente os ganhadores de grupo e mante-la em
atividade e de fácil acesso por parte de quem se interessar. Esta seria uma forma de alertar os investidores, de como poderiam melhor utilizar seus inventimentos. Evidentemente que no caminho, muitos calos seriam pisados.
Mas isto é apenas a ponta de um grande iceberg. É um assunto além de importante que demanda tempo de explicações e forma de defende-as diversas. Por isto esta é apenas a primeira parte. Aguardem que vem mais por ai.
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