No turfe, não se pode depender apenas de um fenomeno da natureza, para se fazer um pedigree funcionar. Se alguém tiver dúvidas disto, aconselho a fazer o Galileo ejacular em uma cadeira, e constatarão que dali não irá nascer um Frankel. É necessário um útero, e alguém que nos 11 meses de gestação e seis primeiros meses de cria, cuide e faça dele um ser superior. Esta é a função principal de uma égua. E na grande maioria das vezes, é ela a responsável pelo grande cavalo de corrida. O esperma do reprodutor, apenas propicia que ela possa produzir aquilo que sabe e anseia colocar no solo.
Desculpem, mas não se faz uma criança, ou um jaboti, sem um macho e uma fêmea. Como não se faz um time de futebol funcionar, totalmente dependente de apenas um elemento. Existem outros dez para tentar dar conta do recado. Portugal provou isto nesta última versão da Eurocopa, quando ganhou da França, na casa adversária, sem depender de Cristiano Ronaldo. A Argentina, nada ganhou mesmo tendo Lionel Messi a servi-la. E todos sem exceção, Neymar, Ronaldo e Messi, podem ser considerados por muitos, fenomenos da natureza.
Não é uma questão de polemizar, nem de querer ensinar missa ao padre, mas nós sul-americanos, e principalmente brasileiros, somos vidrados no herói. O paizão! Aquele que sózinho seria capaz de fazer as coisas acontecerem. Resolver seus problemas. Ser a ultima cocada preta, do envelope. Isto não funciona. Tanto assim, que o último herói inventado por nosso povo, foi o Lula, e vejam no que deu. Somos hoje um nação, à beira da falência moral e financeira.
Vejo o turfe como uma extenção da vida. Afinal trata também, de vidas, onde os atletas são cavalos e aqueles que os dirigem, na criação, no treinamento ou em pista, são seres humanos. O Turfe está sujeito as mesmas regras da sobrevivência. Não podemos fazer neles os mesmos erros que fazemos fora dele, e estão provados que não funcionam.
Vejam se nas empresas que dirigem fora das paredes de um hipódromo, os criadores e proprietarios, agem da mesma forma, que agem quando em volta daquilo que consideram seu hobby? Evidentemente que não. Um, me disse, na minha empresa, quero ganhar dinheiro, no turfe ter prazer. E ai eu me pergunto, porque não ganhar dinheiro no turfe e ter ainda mais prazer de fazer aquilo que gosta a custo zero, ou ainda tendo substancial lucro? A Coolmore, vive do turfe e tem prazer no que faz. Não se envergonha de faze-lo. Desculpem, mas não se precisa perder dinheiro a fundo perdido, para se ter prazer. Isto tem outro nome. Martirio.
ASSISTIR UM JOGO
DA SELEÇÃO BRASILEIRA,
SEJA ELA A PRINCIPAL OU A OLIMPICA
SE TORNOU UM MARTÍRIO.
Mas tem gente que tem prazer exatamente no martirio. E o pior, aqueles que se submetem, são canonizados...