Outro dia fui chamado de culto, evidentemente por um amigo. Agradeço mas não mereço. Não pude ler a metade do que deveria ter lido e ao mesmo tempo o cavalo me afasta muito do estudo das teses existenciais. Mas como respondi, ao amigo, sou apenas um curioso que sai atrás avidamente de respostas.
Por isto sempre tive as minhas convicções. Certas ou não, não me lembro da última vez de ter ficado de dar uma resposta, a qualquer pergunta sobre cavalos de corrida. São as minhas verdades.
Escrevo de uma forma, que confundem aqueles que acham que sou alguén culto. Na midia jornalística sempre fui apaixonado pelo Armando Nogueira e pelo Nelson Rodrigues, já desaparecidos. Ambos pessoas cultas. Logo admiro este tipo de jornalista. Hoje venero o Tostão, que tem uma maneira claro e direta de tratar de qualquer assunto. E além disso uma posição psicológica, que invejo.
Os "tempos perdidos", do titulo de seu livro, são como ele mesmo define, são momentos não vividos que ficaram soltos no tempo e no imaginário.
Uma frase que equaciona bem todo um pensamento. Não tenho esta capacidade de exemplificar aquilo que para muitos, inclusive para mim, são verdadeiros mistérios. Mas arrisco a ter opiniões em um pedigree, que na verdade possuem mais mistérios que os tempos perdidos. Outrossim, o que sei, é que se você não acreditar nos pedigrees, o tempo perdido será totalmente seu.
Acho que Tostão é algo a mais na crônica do futebol brasileiro. Não tão poético como Armando Nogueira e muito menos lirico que Nelson Ridrigues, mas sua visão critica das razões porque as coisas acontecem, me deliciam, quando leio seus textos.
Como eu, nem sempre pode estar com a razão, principalmente em se tratando de lembranças. "Não nos lembramos de muitas coisas que estão em nossa memória e o que recordamos nem sempre é um retrato exato dos fatos. Com frequência esquecemos, reprimimos e sublimamos aquilo que não queremos lembrar. A lembrança dos fatos não costuma ser a primeira imagem, a real. As vezes a verdade chega perto, mas foge de nossa consciência, como ocorre quando acordamos e tentamos lembrar o que sonhamos..."
Eu creio que estas palavras de Tostão calam aqueles que se dizem donos da verdade. Os fatos que esquecemos, simplesmente não desaparecem. Eles continuam em algum lugar de sua memória, Seria como varridos fosse para baixo de um tapete, mas continua lá, esperando que uma palavra ou uma imagem, os resgatem à luz.
Falo muito do passado, e portanto sou escravo da memória, que pode falhar ou depois de anos fantasiar certas situações, que aconteceram, mas não com a intensidade na qual são apresentadas no presente. Mas sua memória e a guardiã de sua história, em seus acertos e erros cometidos.
Tento achar nos cavalos que seleciono, algo correlato a semelhanças com antepassados que demonstraram classe nas pistas. As vezes estas lembranças podem o enganar fazendo o ver aquilo que não é tão verdade aos seus olhos como parece. Por isto gosto de fotografar. Ativa sua memória visual. Quando você lembra da foto, imediatamente o momento em que ela foi tirada lhe trás para fora de baixo do tapete, situações esquecidas, sucitando outras lembranças.
Ano passado selecionei para o grupo Black Opal, nove eçementos que os representarão na psita ano que vem. Sete foram os haras que os forneceram; Santa Maria de Araras, Fronteira, Santa Rita da Serra, Niju, Chesapeake e Old Friends. Quem será o melhor? Confesso que não sei. Sei apenas, que estes para mim, eram os elementos que em minha opinião lembravam-me de algo. Muitos dos quais, nem sei o porque.
Tostão é medico, psicologo, foi jogador de futebol e hoje é cronista. O que o difere dos demais, são as demais atividades que exerceu rm sua existência. Isto cria um ecletismo de pensamento com a abertura de diversas caixas de lembranças. E é isto que você deve exigir daquele que defende suas teses. Ecletismo de pensamentos, pois, serão eles os mais fortes indutores de seu universo.
Portanto a aquele que me rotulou de cultp. Meu maio de meus agradecimentos, mas como diria vó Adelina, eu agradeço mas não mereço.
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