Afirmei que estavamos para assistir a uma das mais empolgantes Breeders Cup dos últimos tempos e creio que não me enganei, pois, fui testemunha ocular da história, de embates memoraveis no transcurso destes dois dias de disputa, E o mais importante, a meu ver, é que dois destes embates, os que mais me causaram prazer, foram,+ indubitavelmente, a Classic e o Distaff. Para mim, duas das quatro mais importantes carreiras da festa da Breeders Cup.
Arrogate, Beholder, California Chrome e Songbird, por si só fizeram juz, a aqueles que assistiram, como eu, a mais esta disputa, Tepin, Flintshire, Seventh Heaven estiveram a um fio de realizarem-se como grandes campeões que o são. Contudo, o mais importante de tudo, para os organizadores, foi casa cheia, alta audiência televisiva e muito jogo na pedra.
Fico me perguntando porque o turfe brasileiro não pode ser assim, Evidentemente que não sonharia com algo tão grande, mas 20% disto já não quebraria um galho?
Estou no Brasil em trabalho de inspeção de potros e éguas da liquidação do TNT e de potros que serão vendidos ano que vem. E em que peze a chuva estar assolando o Rio de Janeiro, a Gavea estava literalmente vazia. A maior concentração de publico, - umas 20 pessoas - estavam em volta de uma televisão, assistindo a um Flamengo e Botafogo.
Estão saindo mais criadores e proprietarios de nossa atividade, do que estão entrando. Isto não é uma opinião. Isto é um fato. Qual aquela cidade de mão única que acabou por perder toda a sua população, pois, quem foi, ficou impossibilitado de voltar. Temos que dar um fim a esta sangria, Temos que reagir, antes que seja tarde demais e viremos uma Colombia, onde esta atividade fechou as suas portas. Não quero dar uma de Nostradamus, mas a vaca já está atolada até o pescoço...
Nossos haras estão indo de vento e popa, com pastos exuberantes e com uma produção de cavalos digna de aplausos. Falta vontade apenas de jogar, de comparecer aos hipódromos e nada parece estar sendo feito para estancar esta perda constante de militantes. Estamos descendo a ladeira e o freio de nosso caminhão parece emperrado.
Ontem, um fato inédito. Duas provas graduadas, mudaram da grama, para a areia. Qual o indice de classicismo poderemos usar de seus resultados? Quem tomava a ponta ganhava, pois, ninguém passava ninguém. Isto aumenta o desanimo e agrava o pessimismo.
Nunca vi o turfe brasileiro como algo que pudesse cair tanto, como vem caindo de uns anos para cá. Quem ficou, merece todo o meu crédito. Acho que falar de enterros é uma coisa mórbida, prefiro festas, mas não está sendo uma festa o que estamos sendo obrigados a presenciar atualmente.
Aos que se mantém na atividade, meus mais efusivos agradecimentos. Aos que estão partindo, por razões multiplas, que não cabem aqui ser descritas, meu muito obrigado, por um dia ter participado. O turfe é a minha vida, mas parece que não devo ir muito longe.
SE VOCÊ NÃO GOSTA DE TURFE, PROCURE OUTRO BLOG. A IDÉIA AQUI NÃO É A DE SE LAVAR A ROUPA SUJA E FAZER POLITICA TURFISTICA. A IDÉIA AQUI É DE SE DISCUTIR TEORIAS QUE POSSAM MELHORAR A CRIAÇÃO E O DESEMPENHO DO CAVALO DE CORRIDA. ESTAMOS ABERTOS AS CRITICAS E AS TEORIAS QUE QUALQUER UM POSSA TER. ENTRE EM NOSSA AERONAVE, APERTEM OS CINTOS E VISITEM CONOSCO, O INCRIVEL MUNDO DO CAVALO DE CORRIDA, ONDE QUERENDO OU NÃO, TUDO É PRETO NO BRANCO!