Diz-me com quem andas e eu te direi qum és. Este era o bordão chefe de Adelina Gameiro. E o ouvi como alerta, para com a minha conduta, pela primeira vez, lá pelos meus doze anos de idade quando a nobre senhora veio a tomar conhecimento que eu estava jogando peladas com a turma do morro do Pavão e depois me mantinha com eles para as comemorações dos resultados obtidos.
Ela estava com a razão, dois dos três mais chegados a mim, não completaram a maior idade e o outro completou, mas na prisão. Isto demonstra o que ela queria dizer. Custei a notar que seu ato não era propriamente de segregação. Mas sim um de prezervação.
Este fim de semana tivemos outra prova disto, enquanto o atual presidente Temer comparecia as homenagens postumas das vitimas do vôo da Lamia, na cidade de Chapecó, dois outros ex-presidentes preteriram a homenagem aos mortos brasileiros, para homenagear a um ditador, responsavel pela execução de mais de 300,000 habitantes de seu pais. Cuba. Não sei porque, mas o bordão de vó Adelina imediatamente veio a minha cabeça.
Tem outro dizer que sempre calou muito fundo em mim. Um de Alan Turning: As vezes existem pessoas que imaginam que podem fazer, aquilo que outras pessoas nem imaginam existir. Este pensamento em outras palavras corrobora o pensamento de Einstein, que a imaginação era mais importante que o conhecimento.
Acreditar naquilo que não é acreditado pela grande maioria, não faz necessariamente de si, uma pessoa fora da realidade. A imaginação de um pode suplantar o conhecimento de vários, por isto coisas são inventadas, da polvora a Internet.
Porque digo isto? Porque se você deixar formar-se, em torno de si, um circulo de pessoas que realmente valem a pena, sua vida terá valido a pena. Transpondo isto para o ambito da criação de cavalos de corrida, você deverá se cercar de um bom rebanho e de gente credenciada que possa tirar do mesmo o melhor, para ter sucesso na atividade. E dar asas a sua imaginação. Mesmo que em sua decisão possa estar como melhor solução, a um cruzamento de um nada com um porra nenhuma.
A pergunta que mais escuto, é se a duplicação em grandes matriarcas, mesmo não sendo elas aquelas figurinhas carimbadas, sempre funcionará, no pedigree de um produto. E minha resposta sempre foi e será a mesma. Mal não fará! Se Indaial, se tornou um dos melhores milheiros de nossa história por ser um filho de Xasco e Teiga, não posso precisar. Porém, que este cruzamento evidenciava um imbreed em Zula, disto não tenho o menor resquicio de dúvida. E a cada a dia vejo coisas como estas acontecerem e me provarem que a imaginação pode realmente vir a ser mais importante que o conhecimento.
O melhor elemento em campanha em Singapura, Well Done, ganhador deste ano da milha do Patron's Bowl e dos 2,000 metros do Singapore Derby, ambas provas de graduação máxima, apresenta um imbreed na égua Rarcamba. Na razão 6x5x5. Você por acaso já ouviu falat em Rarcamba? Pois é, como Zula, ela nunca foi muito falada, embora seja segunda mãe do chefe de raça Vain. Mas Well Done corre mais que as pernas, e isto é o que me parece importante, ainda mais que ele é um filho de Falkirk, numa mãe Truly Vain, o que em outras palavras é a união de uma nada com um porra nenhuma. Tal como Xasco e Teiga...
Outro exemplo recente? A égua Princess Abassi, é uma filha de Abassi numa mãe filha de Cardinal. Alguém tem dúvida tratar-se de outro cruzamento do nada como o porra nenhuma. Mas Abassi é imbreed na reprodutora Pallazo, mãe de Priamos e Pantheon. E Cardinal Lass, a filha de Cardinal é imbreed em Perfume, a mãe de My Babu e Marco Polo. E daí? E dai que Princess Abassi, uma ganhadora de cinco carreiras, é a mãe de Lord of the Sky, recente ganhador de grupo 3 em Caulfield.
Não é necessária muita imaginação para sentir que de alguma forma que estas duplicações, pode vir a ser a razão de ambos sucessos. E se não for? Mal não fez. Porque então não se tentar mesmo com as figurinhas não carimbadas como Special, Lalun e Somethingroyal? Mas lembrem-se, os mensageiros são importantes.
São situações como estas que devem ser mais exploradas, principalmente no Brasil, onde a maioria de nossos cruzamentos em relação ao turfe de primeiro mundo, nada mais do que um nada com um porra nenhuma. Mas se você preferir ficar com pedigrees abertos e baixar suas chances de sucesso para menos de 20%, a escolha é do freguês...
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