Não só entendi a mensagem como assimilei o ensinamento. Cada macaco no seu galho. Seria como pegar um torneiro mecanico e transforma-lo em presidente da republica... Vocês nem precisam imaginar, pois, todos nós já vimos este filme...
O segredo do sucesso no turfe é não ter segredos. As coisas devem ser claras no relacionamento entre o intermediário com ambas as partes envolvidas: o vendedor e o comprador. Ainda sou daqueles que acredito que o bom negócio deve ser bom para os dois lados. Quem entrar no turfe achando que vai ganhar dinheiro vendendo cavalos, vai ter um susto. Evidente que dá para se vender e ganhar dinheiro, mas você não dita o dia e a hora. A coisa pinta. É um processo longo, e que necessita que primeiro você faça do seu cavalo algo que chame a atenção do investidor externo. E ainda existem os casos dos exanes, laboratotiais e radiológicos.
Meu pai outra vez me disse algo que também guardei para mim, pois, tinha certeza que ele era um bom comerciante: você vende bem, quando compra bem. Esta é a mais pura verdade. Você tem que comprar aquele que justifique um dia, o interesse de alguém. E isto não é simples, como muitos possam pensar. Saldo bancário ajuda, mas não resolve o problema. Se não seria muito simples. Você iria ao leilão esperava que o preço de um determinado lote chegasse a um valor comercialmente ilógico e a partir dai levantava seu dedinho e assina a papeleta amarela. Com isto você teria o lider da geração todos os anos. E a gente sabe que não é bem assim.
As crostas ideologicas destes dois ensinamentos encrustaram-se em mim. E isto me ajudou na ortodoxia - pensamento lógico - de minhas ações no tocante a seleção de cavalos. A profanação da ortodoxia conta com um grande aliado: o ignorante. Este fluxo exacerbado de pessoas que não querem raciocinar e pensam que um milheiro pode chegar a milha e meia, e um sprinter aos 3,200metros, desrrespeita as regras básicas emanada dos pedigrees. Você comprar um determinado cavalo, seja ele filho de quem for, uma das razões é porque gosta daquele pedigree e portanto espera que o lote selecionado, seja realmente produto do mesmo. Não algo distinto e impenssável.
Se assim não o fosse, apenas o físico ditaria a questão. E muitos treinadores e proprietarios acreditam nisto, afinal um Cacique Negro, um Rhiadis, um El Santarem e um Quari Bravo, não seriam aquilo que poderiamos chamar de qualitativas bases de classicismo. E foram cavalos do mais alto classicismo. Verdadeiras joias. Mas notem que eles não enchem , como anéis, a mão de nem uma pessoa dotada de cinco dedos,
Sei que sempre é mais simples refutar os argumentos de quem quer que seja, do que propor alternativas. Eu penso que há de se buscar soluções, aonde elas estiverem, mas mesmo para isto, tenho uma premissa básica: o pedigree é a base de tudo.
SE O PAI, FOI UM MILHEIRO E A MÃE UM FLYER
PARA QUE TESTAR A STAMINA
DO ANIMAL EM DISTÃNCIAS
SUPERIORES A MILHA E UM QUARTO?
Um em mil casos, a teoria será batida pela exceção. E se uma coisa foi aprendida por mim, nestes anos todos de labuta, é que no turfe, não se pode viver de exceções. E outra, que um bom animal quando contrariado em suas caracteristicas, vira o rabo para o coxo, e as vezes nunca mais volta a ser o mesmo. Você simplesmente o perde.