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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

PONTO CEGO: PEDRO JARBAS MERLO - SEGUNDA PARTE

Fui a Coolmore e pedi preço para três éguas que me encantaram. O preço para variar veio bem salgado. O Pedro, concluiu que melhor seria esperar o leilão. Fizemos uma proposta para marcar nossa posição e o assunto ficou suspenso. Moral, no dia do leilão, caiu uma nevasca impressionante. Não havia ninguém em Keeneland, e os primeiros lotes todos eram vendidos ou defendidos a preços de uma mariola e duas cocadas. Garret O'Rourke, então o cara da Coolmore, veio a mim, com trinta minutos de leilão e a vinte minutos de vender a primeira das éguas, e me perguntou se eu mantinha a minha proposta. Sem consultar o Pedro, disse que sim, mas queria ter um período de pagamento dividido em cinco prestações. Como vocês sabem, Keeneland não vende crediários. Nunca foi um baú da felicidade. Na verdade Keeneland vende e paga a vista cavalos de corrida.

Pois bem, eles aceitaram, mas nada foi assinado. Contrato verbal. Coisa de gente séria no turfe. Foi então que eu liguei para o Pedro. E ele imediatamente avalisou minha proposta. Aliás, isto era uma caracteristica de sua personalidade. Decidia as coisas em segundos. Não as protelava. O Garett se prontificou a fazer forfait das éguas, ao que declinei, afirmando que as compraria e assim não haveriam explicações a serem dadas a Keeneland. O que ele gostou.

Nisto, o sol voltou, a nevasca se foi e o Tattersall de Keeneland, como por milagre, se encheu. E quando a primeira égua pisou o recinto, uma Nijinsky, só ela alcançou um preço maior que o do pacote por nós ofertadas. A seguinte um preço maior do que o ofertado e a terceira igualou-se em preço, mas no final o lucro foi de mais de 150% em uma só seção. O Pedro do outro lado do telefone acompanhava os lances e me perguntou: será que eles vão honrar o trato? E eu mesmo duvidando, retruquei: vamos ver

E vimos. O trato foi cumprido por Robert Sangster, pessoalmente, e o Pedro não pensou dois segundos, pega o dinheiro e compre éguas que lhe agrade. Compramos e ainda sobrou um grana de respeito. Outro exemplo?

Eu estava em Tattersalls, e de repente me entra uma potranca pequena, tordilha e com um pedigree que lhe garantiria pelo menos cinco médios digitos em Guineos. A moeda usada em Newmarket. Eu a tinha examinado apenas por curiosidade. Pois bem, conversava com Robert Nafat, mas mantive minha antena conectada no que acontecia. E ela não passava do lance inicial de 5,000 Guineas. Pedi licença ao Robert Nataf e confirmei o lance. Tão logo, confirmado o leiloeiro fez soar o seu martelo. O senhor da pepeleta veio em minha direção, enquanto um grito vindo do outro lado da arquibancada soou uma expécie de stop please. Eu tinha o senhor à minha frente com o papel  de compromisso - para as duas partes - na mão. Tratei de pega-lo, o mais rápido possível, e assina-lo. A celeuma foi causada. A defesa era de 50,000 Guineas e o leiloeiro pensou ter lido no inicio 5,000 Guineas. Erro crasso de Tattersalls.

Liguei para o Pedro e lhe repassei a situação. Ele riu do outro lado. Não foi um, nem dois os emissarios que a mim vieram para abrir o negócio. Foram quatro distintos. Porém, a maior oferta foi de Tattersall que assumiria o erro, para honrar o pedido pelo ex-dono da potranca, e assim depositaria o equivalente a 50,000 na conta que quizessemos.  Passei a oferta imediatamente ao Pedro, que me perguntou: o que a potranca ainda está fazendo ai? E o Pedro quiz me pagar a comissão sobre os 50,000, não os 5,000. O que declinei. Quiz o destino que esta potranca viesse a morrer no Brasil, sem ter sequer estreado...

Pedro queria que eu colocasse os nomes nas desmamadas que compravamos. Adorava, alguns como Plim-Plim, Padrão Global, Thong Thong Thong, Backinthehunt, Taptapinthedoor  enfim, algo que viesse a minha cabeça. Sendo Rough Shod II ou Lady be Good, não lhe fazia a menor diferença o nome que eu escolhesse.

Ele foi o primeiro criador brasileiro a adquirir um haras em Kentucky, quando isto era ainda mais impeditivo que hoje. Quando eu decidi vir de forma definitiva para os Estados Unidos e tive que me desvencilhar de todo o mobiliário de um apartamento de quatro quartos em São Conrado, foi o Pedro que adquiriu o restante deste mobiliário acredito que para ajudar. Hoje este molibiário faz grande parte de uma das casas de seu antigo haras em Tijucas do Sul.

Tenho histórias com o Pedro, que para mim tem um valor inestimavel. Mais do que dinheiro e sucesso. Ele sempre esteve presente nos momentos que eu mais precisava. Sem nada requerer em retorno. Fazia, porque aquilo era o certo em sua cabeça de ser feito. Simplesmente isto. Não se intitulava isto, ou aquilo outro. Era i que era.


POR TUDO QUE FOI EXPOSTO ONTEM E HOJE
NÃO ME PERMITEM SEQUER PENSAR
QUE EXATAMENTE NO DIA DE NATAL
O PEDRO JARBAS NOS DEIXOU.

Nunca mais o vi, mas nunca deixei de ter noticias dele, pois, as tinha pelo amigo comum, João Paulo Ribeiro, cuja a existência de New Dreams, uniu a nós três, de alguma forma.

Pedro não mais ia a Gávea e se mantinha recluso em sua casa. Alto forte, grisalho e com cara de galã latino, dele guardo uma lembrança e um exemplo de um sujeito, alegre e ousado, que quando assumia uma questão o fazia até o seu limite. No dia de natal, partiu. O que tornou minha noite de natal pouco agradavel quando recebi do João Paulo a noticia.

O turfe perde muito, quanto pessoas como Stephan Friborg e Pedro Jarbas se vão. Porque eles vão para sempre. Não existem chances de retorno. O turfe se torna menor e pouco confiável. São homens como eles, que fazem a real diferença. Comprando ou criando. Que fazem o Brasil ter uma chance no mercado internacional. Seja ganhando a Dubai Cup, ou trazendo para o Brasil, duas das mais importantes correntes femininas do mundo. São situações distintas mas que fazem um mercado crescer perante ao mundo. 

Gravado em minha mente ficou algo dito por seu filho mais velho, o Pedrinho, que escreveu em meu Whatzaap, em resposta aa minhas condolências: querido Gameiro, meu pai tinha uma grande admiração pelo profissional e por você e sua familia. Na opinião dele, respeitando todos os profissionais, você é uma das maiores autoridades em thoroughbreds no nosso pais e no exterior. Obrigado por suas palavras carinhosas e o que fica da vida são as experiências maravilhosas e eternas que tivemos juntos no Brasil e na América e o respeito, admiração, o amor mutuo e por esta atividade também tão carentes de Gameiros e Pedro Jarbas, hoje em dia no Brasil. Um beijo no seu coração e da Cristina. Fiquem com Deus.

Mais um caoitulo que se foi...

Quem precisa de um cavalo de corrida? Pode ser que alguém tenha uma resposta diferente da minha, mas eu diria que em relação a uma outra indagação, não tenho dúvida de minha resposta: O que precisa as corridas de cavalo. Respoderia, que necessitam de pessoas como o Pedro Jarbas.