Hoje é sabado. Dia de divagações, e como diria Adelina Gameiro, mente ociosa é problema a vista.
Estamos chegando ao final deste conturbado 2016, pelo menos para o Brasil, e para mim, chega a hora de ocupar a minha mente, com tudo o que fiz e deixei de fazer durante este período, para estabelecer uma espécie de balanço geral. Se foi positivo, toco meu barco em frente, se foi negativo, tento descobrir o porque, para decidir a direção a ser tomada. A ortodoxia de meus comentários, tenta apenas definir o que esta palavra derivada do grego determina. Orthos (correto, retilinio) e doxa (linha de pensamento), pois, acredito que a melhor forma de se chegar a Roma, ainda é via aérea e em voô direto. O que, em outras palavras para mim, representa a definição de uma linha de pensamento, correta e retilinia.
De 2003 para cá vivemos um regime de exceção, que para a manutenção de um poder - que pretendia ser eterno - necessitava do uso da corrupção para saciar o desejo de toda uma plantaforma de apoio politico. Uma vez um politico paulista justificou seu roubo, dizendo que pelo menos fazia. Hoje qual seria a justificativa? Eu roubo, mas todos roubam?
Mas mesmo assim, ele durou mais de uma década, no velho modelo populista de gerar crecimento calcado no incentivo ao credito e consequentemente o aumento do consumo. O modelo, pouco imaginativo, pois, um dia a conta chega... Moral a população endevidou-se, na ânsia de possuir aquilo que antes não lhe era possível de ter, e quando a conta chegou - pois, ela como a justiça as vezes tarda, mas sempre chega - o castelo de cartas veio abaixo. Não foi Dilma Roussef que caiu. O modelo, desmoronou. A gorda e pouco simpática senhora, era apenas a última gota de água de um copo que estava cheio até a borda.
Acredito no que escrevo e simplesmente faço o que digo. Não vivo de suposições, como muitos podem supor. Penso bastante, antes de emitir uma opinião e chute para mim, não funciona mais. É a arma do despreparado que teme perder a sua boquinha. Ou quer provar que tem resposta para tudo. Deixo algi bem claro: eu não tenho resposta para tudo. Muita coisa no turfe ainda não entendo, mas nunca desisti de pensar como resolver. Não tenho principios inquestionáveis ou posições dogmáticas. Sou sim contra o pragmatismo e comentários blasfemos. E estes recebo por demais em minha caixa de emails.
Aos que assim agem, um conselho. Não percam seu precioso tempo em tentar fazer eu mudar de opinião. Quando se chega aos 66, e bem vividos, - diga-se de passagem - é mais fácil se levantar um elefante. do que fazer um velho mudar de opinião, na trombada, sem uma justificativa lógica que não seja baseada em fatos.
Posso ter muitos defeitos e acredito que os tenha. Mas ser ilógico não parece ser um deles. Quando escuto algum progressita afirmar que a austeridade leva a recessão, ao desemprego e a redução de renda, lembro imediatamente de um torneiro mecanico, que um dia achou ser estadista, e simplesmente corro... Ou melhor aumento o meu passo, pois, velho quando corre, tem uma chance muito grande de igualmente desmonstar.
Hoje tiro meu chapéu para o casal Biba e Alvaro Magalhães. Que mudaram a direção de seus projetos, visando a melhoria cada vez maior daquilo que produzem, em termos de cavalos de corrida. Mudar é dificil. Depois de um certo tempo, quase impossível. Mas ele adquiriram um novo haras em São Miguel, que é simplesmente sublime, e agora partiram para uma nova fase de desenvolvimento de seu projeto. Possuem as éguas no haras Lorolu em Bagé, e no haras São José da Serra, perto de Curitiba. Aproveitam os reprodutores sediados em nossos dois mais desenvolvidos polos de criação, e depois de desmamados, seus produtos são trazidos a São Miguel, para o termino da criação.
Trata-se do modelo Tesio, e que aqui no Brasil, tem bastante sucesso com o Santa Maria de Araras. Ter as éguas em um determinado local, e recriar seus produtos em outro, é a chave que trouxe muito sucesso a varios estabelecimentos de cria. Mas sempre do sul, para o norte. Aqui mesmo no Brasil. Pequisem e descubram.
Aquele proprietário ou criador que quer estar perto daquilo que ama, o cavalo de corrida, comete um erro fundamental, quando acha que mais importante do que a vida de um cavalo é ele poder participar pessoalmente dela, todos os dias. Esta, desculpem, é a visão deturpada de um projeto que tenta ser competitivo. Volto a me desculpar, aos que assim não pensam, mas o cavalo tem que estar onde possui maiores chances de um melhor desenvolvimento. As éguas de cria, onde estão os principais reprodutores, os melhores pastos e o profissionais de maior competência na área de criação. Os potros, onde tenham mais espaço e profissionais que conheçam a fisiologia de um futuro atleta. E os elementos em corrida, nos centros de treinamento melhor equipados de pista e profissionais especializados nesta questão. Isto é o primeiro passo de se criar o atleta. Não lhe garantirá sucesso, mas com certeza minimizará suas chances de construir um fracasso.
Certamente não será esta a mesma metodologia a ser adaptada em relação a seu filho, mas cavalo de corrida, não é filho. É algo que tem que correr e ganhar. Mas mesmo com seus filhos, deverá haver um momento de desmame.
Se você tem posses e pode mandar seu filho para Cambridge ou Havard, não faz de você um pai desnaturado, que não se importa com seu rebento. O quer longe de seu convivio. Ao contrário. A distância certamente causará saudades, mas a qualidade de construção de uma vida, que um pai está proporcionando a seu filho, para mim não tem preço. Priceless, como bem diriam os anglo-saxões.
Este mesmo conceito de vida tem que ser conduzido em relação aos cavalos que você cria e os que são de sua propriedade. Por isto, tiro o meu chapéu para os Magalhães, que se abstrairam do prazer de ver suas éguas e seus produtos ao pé todos os fins de semana, para lher dar mais chances de formarem como melhores atletas. Moram em São Paulo e tem todos os seus elementos em treinamento nas serras do Rio de Janeiro, que já é uma complicação para aquele que mora no Rio de Janeiro, imaginem para um paulista.
O caminho para Roma, é dificil, mas para se ter um voô direto, tem que se formar uma estrutura inteligente, que dificilmente será encontrada nas cercanias de sua casa ou mesmo em seu quintal.
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