Moramos em um pais estranho. Sempre o foi, antes mesmo do PT. Porém, depois que o Brasil foi assumido pelo PT, se tornou um país, ainda mais indeciso, entre o que possa ser imoral e ilegal. São duas situações distintas mas que no caso do Brasil do PT, se confundem, pois, muito que é imoral, nem sempre é ilegal. Mas em tratando de governos corruptos, invariavelmente elas se unem. E até as almas mais puras do pais, pecam.
O caso de Neymar, é simbolico. Ele poderá ter dois anos de prisão e três anos de inabilitação de exercer a sua profissão. Lembro que a Espanha não é o Brasil, o que em outras palavras, não vai haver aquele nosso jeitinho. O Forum especial! Pode tranquilamente ter acordo, mas alguém irá pagar. Lembro que na época a proposta do Real Madrid foi substancialmente superior ao do Barcelona, e o jogador brasileiro disse ter optado pela oferta menor, para cumprir um sonho. Jogar ao lado do Messi. Pelo o que está sendo noticiado, não era apenas o sonho que fez Neymar optar pelo Barcelona. Um substancial "por fora", - eu complementaria que bastante substancial - é que foi talvez a verdadeira razão da opção. Se é que este "por fora", tenha acontecido, como os espanhois estão alegando.
Tudo é para mim uma questão de conceito. Em cima deste você escolhe um alvo e criar um projeto, cuja sua equipe há de cumprir. Mas nem sempre este conceito é entendido, da forma de que deveria ser.
No inicio dos anos 70 li numa reportagem feita com Bull Hancock, o homem forte na época da Claiborne Farm, que mais importante que os cavalos que fizeram de sua fazenda, durante um longo periodo, a mais conceituada do planeta, foram os criadores que com ele criaram. Eles trouxeram as grandes éguas e ajudaram a Bull Hancock a fazer seus grandes investimentos em reprodutores. Tdos seus pensionistas.
Ninguém tira o merito deste grande criador, - para mim, um dos mais importantes da história - em conseguir ter feito nos Estados Unidos, aquela que considero ser, o turning point de seu mercado à nivel mundial. Ele foi o cara, como Tesio o foi para a Italia, Lord Derby para Inglaterra, Marcel Boussac para a França e Edward Taylor para o Canada. Homens que fizeram a diferença. O turfe girou em torno de si. Não ao contrário.
Mas voltando aos trilhos, Arthur "Bull" Hancock era primeiramente um selecionador de gente e depois de cavalos. E aqueles que tinham um reprodutor pronto a adentrar ao mercado, preferiam que mesmo por menor oferta, era um bom negócio ter a sua mercadoria exposta na vitrine da Claibirne Farm. Nada de imoral e muito menos ilegal. No Brasil, aquele que comanda, muita vezes sabe do negócio, mas não tem a capacidade em reconhecer gente que possa toca-lo com maestria.
Mas será que no caso de Neymar, a situação é a mesma? Existe um aroma de clandestinidade nesta transação. Eu tenho como principio, que mais vale o que lhe agrada do que o que lhe trás mais retorno financeiro. Mas isto é uma opção pessoal. Por isto larguei um bom emprego em uma firma que fazia assessoria ao metro carioca e me embrenhei no turfe, assumindo uma profissão que nem no Brasil era levada a sério. Como não é até hoje. A dos agentes. Nos primórdios de nossa inicial ascendêcia turfistica, eram coroneis ingleses, a grande maioria ligada a BBC, que ditavam o que era bom para nós. E consequentemente o que era bom para nós, coincidentemente era péssimo para a Europa, para os Estados Unidos, para a India, e até para a Africa do Sul. Enfim, era a raspa do tacho, um termo muito usado por vó Adelina. Tinhamos que bancar, por dependência e desconhecimento, engolidores de ar, não suadores, loucos de pedra, ganhadores em distâncias e pistas inadimissiveis, os de pedigrees já ultrapassados, enfim, outros defeitinhos, que para muito brasileiros daquela época, em nada afetavam a performance de um cavalo de corrida no breeding-shed. Afinal, já desde aquela época, eramos o pais em que alguém teria que ganhar.
Ai um reprodutor despontava em nossa criação e imediatamente a BBA bramia, te-lo trazido. Esquecendo-se que eramos - e sempre fomos - a terra do alguém tem que ganhar. E que outros 49 por eles trazidos, nunca disseram ao que vieram, Nem sempre na realidade dos fatos, será o melhor, que irá ganhar. Pode ser o menos pior. E esta anomalia era vista no descrédito ao garanhão nacional, que por não render comissões a estes agentes britânicos, eram ridicularizdos. E um novo bonde era trazido. E qual foi o resultado desta politica? Deixo para meus leitores, a conclusão. Não estariamos repetindo a mesma história com esta questão de shuttles?
O dominio neste período continental, foi da Argentina!
Nossos hermanos, vinham aqui, em nas principais festas e faziam barba, cabelo e bigode. Ficaram ganhando o que queriam e nós apenas em uma oportunidade, na proximidade do inicio dos anos 60, fomos capazes de ir lá e darmos o troco. Para se ter uma ideia a que estou me referindo, basta-se notar que de 1949 a 1959, todos os vencedores do GP. Brasil, ou vieram da Argentina ou do Uruguai. Ai tivemos aquela geração impar, onde ganhados com Narvik e Farwell, e na decada de 60, dos 10 ganhadores desta prova, cinco eram cavalos criados fora de nossas fronteiras.
Pessoas fazem a diferença, pois, são elas, que decidem pelos cavalos. São elas que treinam. São elas que montam, São elas que cuidam no dia a dia. Quando o cavalo certo cai nas mãos certas, o milagre da supremacia, brota. E este é um dos segredos: equipe.
Quem é mais importante? O criador, o proprietario, o agente, o treinador, o jóquei ou a equipe de manutenção do mesmo no barn? Eu dira que o pleno funcionamento de todos, criam as opções ideais para que um atleta possa exercer 100% de seu potencial. O talento, passa a ser na verdade, sua única responsabilidade. Uma grande equipe náo faz um grande cavalo. Mas um cavalo se torna grande, graças a uma boa equipe. Salvo, poucas exceções. E quando isto acontece, imediatamente me vem a mente, como seria a vida deste cavalo se servido por uma equipe de primeira linha?
O conceito de "Bull" Hancock, era simples. Ele precisava de alguém que acreditasse na ideia. E conseguiu. Foi o turning point do turfe norteamericano. Porque não fazemos o mesmo no Brasil?
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