Sei que moramos num pais sui-generis, onde um condenado por assaltar dois carros de segurança de valores, resolveu tentar, esta semana, passar no concurso da Policia Militar. Não seria como colocar um lobo para cuidar das ovelhas? E nós brasileiros, ainda somos chegados a um bairrísmo, principalmente no concernente a Rio de Janeiro e São Paulo. Diria que mais na ordem inversa.
Acho isto de uma pobreza monumental. Coisa, de gente que ainda usa fraldas ou que conseguiu um lugar ao sol, sem saber porque. Nosso turfe, deve ser encarado como uma coisa só. A pedra única é um dos meus anseios. Uma só triplice coroa, outro. Quando Baby Victory micou em minha mão, escolhi Cidade Jardim, pois, naquela época era aquele hipódromo que apresentava o mais importante programa para os dois anos. Hoje, certamente optaria pela Gávea, já que ainda sou daqueles que acho que prêmios devem ser pagos.
Um dos mais importantes haras hoje de São Paulo, o Figueira do Lago, tem toda a sua produção disputando carreiras na Gávea, divididos entre dois treinadores da serra carioca. Seus responsáveis, criam seus potros em São Paulo, trabalham e residem por lá. E talvez haja uma época em que eles se sintam impelidos a mudar de idéia, e quem sabe voltar a Cidade Jardim? Vó Adelina dizia que bairrismo era coisa de pobre. Como ela sempre foi pobre, deveria saber o que estava dizendo.
Hoje a nova administração norte-americana, está igualmente atacada pelo nacionalismo, naquele sistema que Lula e dona Dilma conheciam e difundiam tão bem, o do nós contra eles. Donald Trump, acha que pode evitar os atentados contra os Estados Unidos, se utilizando de um sistema altamente nacionalista de proibições de entradas no território e muros. Não acredito que vá funcionar, mas tem gente que sim, pelo menos 44% dos norte-americanos que nele votaram.
Na França a direita está crescendo de uma forma significativa. Não sou de esquerda nem de direita, acho que os dois lados tem suas qualidades e defeitos. Outrossim, tem regimes que mais se assemelham a certos países que a outros. Na Inglaterra existe a sua saída anunciada do mercado comum europeu. Haverá a Europa e a Inglaterra. Vão transformar a velha Albion, possivelmente num continente. Como a Oceania.
Mas mesmo com todas estas frações espalhadas pelo mundo, não irá em minha opinião fazer do turfe uma coisa nacionalista. Na Europa, proprietarios do mundo inteiro correm seus cavalos. São de origem árabe, indiana, japoneses, europeus, norte-americanos, sul africanos, australianos e até sul-americanos. Hoje embora existam várias vitrines de apresentação de seu produto, a Europa ainda é a maior de todas. A mais importante. Aquela que congrega a classe mundial.
Todavia, ela carece de algo que Estados Unidos e Australia esbanjam ter: velocidade. Nas carreiras para sprinters, os australianos parecem dominar o mercado internacional. Na meia distância, apenas que no dirt, os norte-americanos dominam. E aos europeus apresentam uma supremacia em provas de grama, acima da milha. E aonde nos excaixamos como mercado exportador?
Esta é a equação que temos que resolver, se quizermos crescer neste mercado não apenas como coadjuvantes. Precisamos ter foco e acima de tudo sabermos exatamente a trilha que deveremos traçar. Evidentemente se houver interesse de nossa parte.