Sou do século passado e ainda acredito que se você afirma uma coisa, esta coisa tem que ser explicada, quando exigida, por quem quer que seja. Houve uma cobrança, a aquilo que chamo de intuição com base técnica, via email. Complicado? Explico-me.
Much Better e Estrela Monarcos, foram exemplos que dei, quando comentei em relação a isto. Mas existem outros, inclusive ainda não estreados. Vou dar um exemplo. Selecionei nove potros para o Black Opal para defender as cores deste stud, este ano. No primeiro ano eu havia selecionado quatro e quiz o destino que um deles fosse o champion 2yo, English Major. Não digo que ele fosse produto de uma intuição, pois para mim, tecnicamente = fisico + expressão + impressão - ele preenchia a todos os meus requisitos, embora dois treinadores de alto nivel, não deram a ele, a menor bola, quando ainda yearling.
Este ano, houve um pouco de intuição. Selecionei para esta mesma Black Opal um potro pelo reprodutor nacional, Setembro Chove, chamado Looking Ahead. Tinha uma mãe Parme, reprodutor este que pouca importância teve quando por aqui passou e uma linha materna 2-d, por um ramo que não tenho maior respeito. Logo ele não atendia a um dos intens, que considero básicos. Mas ele me encantou em temos de fisico e impressão e eu achei que dentro de uma lista que os outros preenchiam a todos os aspectos técnicos, era um risco calculado.
Pois ele foi a leilão em São Paulo e a Black Opal não o adquiriu. As razões, não sei. Surpreendi-me e reportei que nunca me perdoaria se ele viesse a ser algo de especial, como eu acreditava que ele poderia ser. Imagina se ele se prova melhor que os outros oito. Preferivel a água do pântano...
Robert Sangster tinha uma instância de trabalho. Ou se comprava todos os selecionados, ou não se comprava nada. Isto o levou ao sucesso, porém na primeira indecisão, indecisão esta que o levou ao inicio do fim, quando deixou de adquirir a Nureyev, o preferido de O'Brien. Porque? Porque ficou provado que eles não iriam adquirir, ao preço que fosse, aquilo que mais gostavam, como fizeram em seu inicio. Foi o nascimento de um grupo de irmãos de Dubai, que se sentiu fortalecido com esta brecha no projeto de seus principais adversários.
Quiz o destino, que o Alvaro Novis, que havia comprado, Looking Ahead, liquidasse seu acervo. Esta semana entendeu-se o porque. O Alvaro, era o maior comprador de potros do turfe brasileiro. O que queria levava, e só o vi perder uma vez: com Drollig.
Avisei aos responsáveis da Black Opal, que Looking Ahead estava no dispersal e que não o deixassem passar. Era a barca mandada pela segunda vez... Graças a Deus eles o adquiriram, por um preço menor que o conseguido oito meses antes pelo Alvaro. Só que neste preço, não está calculado o risco que passou-se na possibilidade de perde-lo. Mas há de se convir, que embora eles tenham mostrado hesitação quando do primeiro oferecimento, o mercado voltava a não concordar comigo. O que nunca me surpreendeu. Pode ser que esteja errado e não será a primeira nem a última vez, todavia meu instinto dizia que este potro vai ser algo. O mercado demonstrou suas dúvidas... O tempo dirá.
Muitos acreditam que ele não será algo. Espero que estejam errados, outrossim, ele é o exemplo que dou aqueles que acreditam que só seleciono cavalos que passem em todos os itens que considero importante. Não compraria em um mesmo ano, nove Looking Ahead. O faria, se tivesse 40 encomendas e mesmo assim, um para cada um dos clientes. Todavia num grupo de nove, para um mesmo cliente acredito que seja bastante válido se arriscar em, um.
NÃO CREIO QUE ESTE SEJA
UM "FATO ALTERNATIVO".
É PARA MIM, UMA ALTERNATIVA
VÁLIDA DE SE CHEGAR A AQUELE
FATO QUE LHE INTERESSA NO TURFE: SUCESSO.
