Outro dia publiquei, um dos muitos pensamentos de vó Adelina, aquele referente a vida ser um super mercado. Ele assim versava.
A VIDA É UM SUPER MERCADO
A GENTE ENTRA E SAI
E DENTRO DELE EXISTEM
OS BONS E OS PÉSSIMOS PRODUTOS
TODOS A SUA DISPOSIÇÃO.
CABE A VOCÊ SABER DISCERNI-LOS
E VIVER COM SUAS DECISÕES
Adelina Gameiro
Pois é, o que a veneravel senhora queria dizer, que tudo de bom e de ruim que acontece conosco, tem a mesma origem: a vida. Para a mãe de certo personagem cinematográfico, a vida era uma caixa de chocolates. Dizia ela que você só descobre o que está dentro, quando abre a caixa. Como Lexington, que você só descobre o inferno que pode ser, quando desce do avião, embaixo de uma nevasca com temperaturas absurdamente gélidas. Mais um inferno maior foi para com aqueles que como eu na vespera comparecieram ao aeroporto de Fort Lauderdale e passaram pelo que passaram. Cinco mortos e oito feridos. Neste caso prefiro a neve...
Dizem que cavalo gosta do frio e posso garantir que ele brinca na neve com mais alegria e vigor, que debaixo de um sol escaldante. Eu não sou cavalo e talvez por isto dou preferência ao sol escaldante, mesmo levando em consideração, que tudo na verdade não passa de um supermercado.
Escrevi um artigo, que considero importante, no final da tarde de ante-ontem e creio que muitos não devem ter notado. Aconcelho a quem não o leu, a fazê-lo, pois, ele em meu conceito representa algo que considero um dos fatores primordiaism talvez um dos mais importantes em nossa inadimplência genética de fixação de uma raça que nos faça crescer como mercado criatório.
O pensamento de vó Adelina, anterior ao de Forest Gump, creio ser mais abrangente. Num super mercado, as vezes na mesma prateleira, existe um produto que faz bem a seu corpo e a seguir um que faz muito mal. Como quiabo e açucar. O mesmo acontece com a nossa vida. As vezes decidimos por algo que nos fará bem, e em outros casos, algo que nos fará muito mal. Tudo segundo a vontade do freguês.
No turfe, que é um hiper mercado, isto acontece com uma frequência ainda maior, pois, o número de vencedores será sempre infinitamente inferior ao dos perdedores. Sei que um vitória, apaga no subconciênte de cada um, dez derrotas. Não importa. O que importa é que o placar é de 1 x 10. E financeiramente isto vai se espelhar em seu saldo bancário.
Aquele vencedor que você tiver a ventura de possuir, terá que pagar a conta dos perdedores. Mas mesmo, se ele for excepcionalmente bem dotado, terá que ganhar muito na pista, para pagar a conta dos demais. Ou ser vendido por preço que faz juz a seu valor. E isto existe? Um dia me reportarei a esta coisa de valor e preço, que no mercado brasileiro, soa tão estranho como ficção cientifica ou discurço de dona Dilma.
Vender bem, necessita de qualidade e credibilidade. A qualidade nem sempre é posta a prova se não houver credibilidade dos adversários. Existem GP. Brasils e GP. BRASILS, que diferentemente do King George e mesmo do Arco, se diferenciam-se muito de uma para o outra disputa. Somos eternamente escravizados pelas comparações. Mais ainda no turfe. O tempo é um fator comparativo. os adversários também. Outrossim, para mim, o mais importante é a forma com que esta vitória foi conseguida.
Ainda nesta última quarta feira eu estava em Gulfstream Park e vi um filho de Shackleton em mãe Dehere, treinado por Tod Pletcher estrear aos 3 anos de idade e simplesmente estraçalhar. Correu como seu avô materno corria. Com uma taiva inigualável. Ganhou exatamente por 15 corpos e isto, contido por aquele que o montava.
Dou muito valor a aquele que cavalo que em distâncias longas, larga, livra vários e ganha por uma arquibancada. Clackson era assim. Ribot e Frankel, também. Este é o exemplo do atleta completo. Tem velocidade inicial e arrancada final. Seu organismo funciona num ritmo superior a de seus adversários e isto o faz um ser superior a competitividade existente. Cavalo também se sente humilha. Apequena-se perante um outro que lhe mostra tremenda superioridade.
Lucie Laurin uma vez me disse que cavalos não são supostos a fazer isto e comentou que preparou Secretariat para bater a Sham, na milha e meia do Belmont Stakes, estabelecendo a primeira milha numa marca alucinante, Achava que a partir dai Sham morreria e Secretariat teria que diminuir seu ritmo, mas que mesmo assim ganharia por cinco corpos e seria triplice coroado. Ficou de queixo caido ao verificar que Sham morreu mas Secretariat nunca diminuiu um segundo sequer em seu trem de carreira. Fez parciais de 12 segundos em todo o percurso. E seu comentário foi, cavalos não são supostos a fazer isto...
Dai a vida ser uma super-mercado.
E um cavalo de corrida demonstra esta capacidade, de suprema força interior, independentemente, do tamanho, do desenho que tenha. Vi cavalos avantajados fazerem isto e pequenos também. A capacidade locomotora de um animal, independe de seu peso e tamanho. Agora qual o grande ou o pequeno que servem, vai pelas proporções e forma de se impor, do mesmo.
Senhores, o pedigree é apenas a gasolina desta máquina de correr. Está na mente do cavalo, querer ou não vencer, ou em outras palavras, gostar do que faz. Eu gosto do que faço. Tem gente que pode até fazer melhor do que eu, mas o faz por obrigação. Clackson, gostava de correr. não era do quilate de Duplex, mas foi melhor reprodutor que o mesmo. Razões? Sei lá. Na verdade este não seria o teor desta nota.
Quando você vai ao hiper mercado de compras de cavalos de corrida, vocè terá muito maior chance na prateira dos Ghadeers do que dos Duke of Marmalades, embora tenham produzido com as mesmas éguas, produtos criados nos mesmos campos e treinados pelos mesmos profissionais. Mas existe um diferença substancial entre eles, em se tratando de resultados. Nitida. Quantas vezes já citei este exemplo? Centenas.
Volto a repetir, a vida é verdadeiramente um super mercado mercado. Tudo está lá exposto, mas cabe a você separar o joio do trigo.