A história do Brasil, é um verdadeiro 7x1. Uma no cravo e sete na ferradura. Com o PT, passaram a ser todas na ferradura... mas vamos ao âmago desta questão.
Tenho um amigo, mais velho, e do tempo em que havia Antonio's, Beco das garrafas,Jirau e Velloso - O Rio de Janeiro era outro - e que para vir de Niteroi, tinha-se que utilizar uma barca. Pois bem, terminada a "Redentora", este amigo meu que era um critico ferrenho a mesma, um dia se foi do Brasil, e passados agora mais de 30 anos, nunca demonstrou ânsias de voltar. Um dia em New York, ' falamos dos anos 80 - lhe perguntei porque saira do Brasil, e ele respondeu: foi uma decisão inteligente por variados motivos . como a grande maioria de nossas decisões são tomadas. Ai pensou mais um cinco segundos e soltou como um petardo, a verdadeira razão: um pais que seria governado pelo Sarney, não é um país, é a Zambia que não deu certo! O tempo, provou que ele não estava errado. Eu precisei de Collor, para tomar a mesma decisão, anos depois.
Fiquei um bom tempo sem vir ao Brasil. Passados uns anos, me deu uma saudade imensa de voltar ao Brasil e justamente quando isto aconteceu, tive a fortuna de encontrar este mesmo amigo, novamente em New York, e logo a seguir se deu aquele encontro dele no saguão Rockfeller Center com Paulo Francis, que aqui já relatei, mas nunca apresentei o conte]udo da conversa. Pois bem, conversa vai, conversa vem, sem que eu emitisse uma palavra sequer, este meu amigo colocou sua mão em meu ombro e disse ao Paulo Francis: você acredita que este aqui está com saudades do Brasil? E pensa em voltar? O que você acha Francis? E o colunista, sem pestanejar, respondeu sorrindo para a minha atonita cara: não vá!
Eu que me mantinha como verdadeiro figurante da Globo, daqueles que entram calados e saem de cena mudo, sorri amarelamente e isto acredito que fez o Paulo Francis, dar uma maior explicação, do porque de sua resposta.
A partir deste ponto, ele enunciou coisas que hoje ainda acontecem no Brasil, 25 anos depois deste encontro. Lembro-me de algumas. O Sarney avisou que não vai revelar a nossa estratégia econômica. E sabe porque? Porque não há nenhuma estratégia... Embora o mundo inteiro avance com suas respectivas privatizações, no Brasil as nossas estatais morrerão estatais, pelo simples fato de serem o cabide do empreguismo, base dos votos de quem quer se eleger e se manter no poder. Tudo um falso nacionalismo... Querem fazer uma constituinte no Brasil, quando nosso problema, nunca foi fazer leis, e sim cumpri-las... E com mais algumas frases, ele me convenceu, com um argumento final. com uma simples comparação, que eu morava no paraíso, então para que voltar ao inferno. Você tem hoje a Sofia Loren, para que voltar a Zezé Macedo?
Lembro aos jovens e aqueles dotados de pouca memória, que Paulo Francis, morreu de um ataque cardiaco, ao tomar conhecimento que a Petrobrás ganhara uma ação contra ele, e cobrava-lhe 100 milhões de dolares, pelo fato dele ter dito, que a maior estatal brasileira, era um antro de roubo, por parte de seus diretores em conluio com nossos politicos: Pergunto: estava ele errado a 30 anos atrás?
Segundo ainda ele, o Brasil era um elefante bebado, sem memórua, cujos habitantes achavam o povo norte-americano burro e eles inteligentes. Só não conseguiam explicar porque os yankees eram ricos e nós pobres...
Passaram-se o anos, eu voltei ao Brasil e o fiz em diversas oportunidades. pelo menos três vezes ao ano, para não me habituar muito. E outro dia um grande amigo, profissional como eu, e sabedor desta história que lhes acabo de transmitir, perguntou: se o Brasil, nunca dará certo, porque você acredita que nosso turfe poderá dar?
Égua. Eta perguntinha capiciosa!
Pensei alguns segundos e a resposta que saiu, é na verdade a minha linha de pensamento. O Brasil, é formado por mais gente que não sabe votar do que gente que sabe. Por isto smpre fomos mal administrados. No turfe estão a grande maioria destes que sabem voltar. No minimo 90% nunca se enganaram com o PT, logo há uma luz no fundo do tunel. Porém, mesmo não havendo um nacionalismo exarcebado, notei a existencia de um bairrismo incompreensível, principalmente entre Gávea e Cidade Jardim.
Se você tem um cavalo de corrida, na costa este, e ele apresenta um real potencial como corredor, você o corre na Flórida, em Kentuky e em New York. Enfim, corre onde o dinheiro estiver. Não fica de maneira alguma escravo, de se sou de São Paulo, corro em São Paulo. Se sou do Rio, corro no Rio de Janeiro. Sou um exemplo que corrobora a minha própria tese, Sou do Rio de Janeiro, tenho meus maiores contactos na Gávea, e corri a única potranca que tive, em Cidade Jardim. E não me arrependo um segundo sequer do fato. E sabem por que? Porque tive os profissionais certos e vi desde cedo, que naquela época Cidade Jardim, me oferecia mais chances de sucesso. Afinal, minha idéia básica sempre fora vende-la, como um dia o foi. E para a Inglaterra.
Agora que São Paulo voltará ser uma opção, - espero - igualmente espero que o bairrismo tenha sido definitivamente erradicado de nossa atividade. Temos que pensar mais com a mente que com o coração, embora a existência e a sobrevivência de nossa atividade, se deva mais aqueles que atualmente pensam por suas coronárias. Mas tenham certeza que o avanço, dependerá mais daqueles que usarem melhor suas mentes.