Lembro de um filme, como o Reginaldo Faria, em que ele é flagrado tendo relações sexuais com a esposa do vizinho. A policia é chamada e o trio retirado do apartamento, teve que passar num corredor de curiosos. Quando veio a mulher, o coro foi VA-GA-BUN-DA! A seguir o marido foi saldado com um limpido, COR-NO! E quando o vilão da estória aparece, a multidão irrompeu em aplausos efusivos e gritos de hurra no ar. Esta é a mentalidade brasileira, o malandro é idolatrado, o honesto é um babaca.
Um politico, que goza atualmente de grande popularidade, evoca sua honestidade por não estar na lista do Fakin. Ora, para ele honestidade passou a ser uma virtude, não uma obrigação moral. Sua qualidade profissional, mão interessa. Aprendi, quando guri, que ser honesto é a maior das malandragens, pois, você tem um aliado poderosissimo, que se chama verdade. Outrossim, o fato de ser honesto no congresso nacional, mps dias de hoje, já é um plus. Logo, o Joãozinho da caricatura não teve que titubear. Proferiu aquilo que vê diariamente nos jornais televisivos.
Era pequeno, mas me lembro que a atitude mais elogiada da Copa de 1962, foi quando o Newton Santos, fez um penalty no ponta espanhol e na cara de pau deu um passo a frente, saindo da área. Ali o Brasil talvez tenha ganho a Copa. Merecia, mas talvez o tenha feito de uma forma ilicita.
O ilicito é louvado. Maradona usou a mão de Deus, e isto trouxe a unica Copa que a Argentina ganhou fora de suas fronteiras e da mira das metralhadoras que presenciei no estádio do River Plate, no jogo contra o Brasil. O ponta esquerda do Fluminense, se apoiou nos ombros do beque alvinegro para dar o titulo estadual a seu clube. E foi aplaudido por seu ato ilicito. O Edmundo, tinha o apelido de animal, mas para muitos era a encarnação do jogador perfeito por suas atitudes.
Imaginem se a torcida do Atletico Nacional da Colombia, cobrasse aos dirigentes, ter dado a Chapecoense o titulo sa sulamericana? Nos comoveu, sobremaneira, mas um time brasileiro faria o mesmo? E se fizesse seria aplaudido por sua torcida? Desculpem, mas não vejam a menor possibilidade.
Volto a repetir honestidade é obrigação , mas como muita lei no Brasil, nunca colou.
Uma das vantagens de você escrever sobre o turfe, é que há assuntos diários, pela riqueza da atividade. Pedigrees e corridas semanalmente transformam-se em assuntos inéditos. Saber explorar o detalhe, é a diferença daquele que descreve para o que escreve. Explico-me. Aquele descreve, simplesmente apresenta o que vê à sua frente. O que escreve, vai um pouco mais longe. Tenta decifrar porque aquilo que esta à sua frente, aconteceu. E isto é o que eu tento fazer. Não sei se o faço com sucesso, mas pelo menos tento.
Lembra-me o Raul, veterinário e administrador do Niju, que eu gostei muito de Jadir, quando o examinei no Haras. Mantendo uma conduta honesta, embora ele fosse um reservado, eu o examinei, pois, sempre foi minha politica, não só examinar como respeitar todo e qualquer adversário. Mas também honestamente confesso, que não só não me lembro, como também, não o gravei em minha mente como algo que deveria temer. Logo, não há aqui nenhum tipo de choradeira pelo leite derramado...
Jadir, nome de um cabeça de área, que vi jogar no Flamengo tem dois imbreeds: um em Northern Dancer, outro em Sir Gaylord. Ai você nota que o segundo colocado Highlander Again, é imbreed em Ack Ack e o terceiro Grand Cru, é imbreed em Dr. Fager e Raise a Native. Não seria esta uma prova que as duplicações, além de funcionarem, hoje dominam? Selecionei a Gra Cru, como um dos dois melhores elementos da geração, entre os colocados a venda, e no geral, adquiri oito lotes para um mesmo cliente.
Agora uma pergunta, foi esta a razão pela qual optei por Grand Cru? Diria que em parte, pois, são duas duplicações, que incitam velocidade e hoje no turfe moderno, você não ganha nem na milha e meia, se não tiver velocidade. Mas deixo aqui igualmente claro, que me agradou muito nele foi o desenho e a seguir o simples fato dele descender de Key Bridge. E sobre Key Bridge, não tenho mais nada a acrescentar. Só aplaudir.