CONTINUAÇÃO DO NUMERO ANTERIOR
Para Pedro, estar em Buenos Aires, como já formado e casado, era um “must”. Desde menino, quando a primeira vez colocou seus pés na capital Argentina, ainda acompanhado de seus pais, que se sentiu parte daquela atmosfera. Era um ambiente sofisticado, com requinte europeu e um povo que além de politizado, sabia onde queria chegar. Estar de volta, quando seus sonhos pareciam estar em plena realização, era algo que o deixava com o coração acelerado. Tanto assim que não viu, a principio, Dolores lhe comentar algo.
Para Pedro, estar em Buenos Aires, como já formado e casado, era um “must”. Desde menino, quando a primeira vez colocou seus pés na capital Argentina, ainda acompanhado de seus pais, que se sentiu parte daquela atmosfera. Era um ambiente sofisticado, com requinte europeu e um povo que além de politizado, sabia onde queria chegar. Estar de volta, quando seus sonhos pareciam estar em plena realização, era algo que o deixava com o coração acelerado. Tanto assim que não viu, a principio, Dolores lhe comentar algo.
Estavam esperando as malas em Ezeiza, e a mulher a seu lado, que era de uma beleza invulgar, havia lhe dito algo. Pedro a olhou. Era extraordinária. Do tipo que teria que ser esculpida ou retratada a óleo, para fazer juz a tamanha beleza. Ele recém chegado do Brasil. Ela da Espanha, via Brasil. Não haviam se visto no avião. Tinha certeza disto, pois, um rosto como estes, nunca passaria a desapercebido a ele. Talvez, só havia notado naquele momento, pelo simples fato, de viajarem em classes diferentes. Ele na “business” e ela provavelmente na turista.
Dolores, como posteriormente apresentou-se tinha uma beleza distinta da de Martha, sua esposa. Uma era loura, brejeira e avassaladora a outra morena com mechas e simplesmente perfeita em todos os seus traços, inclusive na forma de atrair a atenção de quem quer que fosse. E sabia explorar seu corpo, com trejeitos faciais, um incrivel par de olhos negros, e um vestuário digno de um arquiteto, coisa que Pedro, não tardou a descobrir, no taxi, que os levava a cidade, e que resolveram dividir, para não perder o fio da meada, iniciada naquela bendita e demorada espera das malas. Recém formada e de familia de posses, ela imediatamente passou a ser o presente que Pedro sempre pedira a Papai Noel.
Buenos Aires era realmente a sua cidade. Sentiu isto aos nove anos de idade, quando pela primeira vez ali pisou e agora tinha certeza aos vinte e oito, depois de mais três confirmações em visitas anteriores. Mas ele estava perdidamente interessado em Dolares. Que Buenos Aires se danasse! Ela ia para Palermo Chico, onde disse morar, e ele iria para onde ela o levasse. Ao inferno se necessário fosse. Todavia, tinha reservas mo Plaza na Recoleta, onde iria se hospedar o tempo necessário até conquistar aquela mulher. Era caminho e o prazer da compania os levou a seguirem juntos e marcarem um jantar ainda para aquela noite.
Sorte que havia tirado a aliança, colocada no bolso e esquecido de colocá-la de volta no dedo, após lavar as sua mãos no banheiro do avião. Ela, a aliança, estava frouxa em seu dedo, e em casa havia caido na pia do banheiro. Por pouco não escorreu pelo ralo. Mas depois de Dolores, ela achava que a aliança, permaneceria no bolso de seu colete, por algum tempo. A vida toda se necessário...
Em sua suite no Plaza, depois de telefonar para Martha e informá-la que havia chegado bem, e que a noite voltaria a telefonar, logo após um jantar que teria com aqueles que o haviam contratado, como de hábito, desfez sua mala e colocou toda a sua roupa nos lugares de direito. Mania que sempre teve e que irritava a Martha, a imperatriz da desorganização.
Pedro, achava que coisas belas, deviam ser prezervadas, desde as ruinas gregas as suas camisas e meias Bugati. Mas não pode cumprir a sua promessa, pois, o jantar com Dolores se alongou e o resto da noite foi perpetuada em sua suite. Apenas um detalhe lhe chamou a atenção. Ela estava de cabelo ainda molhado, mas usava a mesma roupa do avião.
Pedro ignorou as três chamadas feitas por sua mulher a seu celular e as duas para o quarto do hotel. No dia seguinte arrumaria um motivo. Pois o motivo maior estava agora acima de si, perfazendo um sexo estonteante.
Foi uma noite de prazer, mas acima de tudo divertida. Dolores e ele, pareciam almas gêmeas. Gostavam das mesmas coisas e curtiam viver o momento sem se preocupar o que pudesse estar a sua volta. Aceitou o convite de jantar no dia seguinte em sua casa, pois, tinha certeza, que aquilo não seria um caso passageiro. Mas foi, e por dois bons motivos.
Dolores tinha pais maravilhosos e duas irmãs menores, respectivamente de 24 e 23 anos. A produção havia sido em serie, já que Dolores tinha 25 anos, incompletos, segundo ela própria.
Conhecendo sua mãe, era fácil de se entender o porque daquela escadinha. Olga Imaculada, fazendo juz a seu nome, deveria ter sido, quando jovem, de um beleza nobre e pura. Ao contrário de seu marido Stefan, um homem tosco, de origem dinamarquesa, porém afável e do tipo de bem com a vida. Tinha um sorriso bonachão e parecia ter sido uma pessoa simples. Era forte para burro e Pedro imediatamente admitiu que ir as vias de fato com ele, seria um êrro, pois, acima de tudo era faixa preta de jiu’jitsu, Graças ao bom Deus, e para o bem da humanidade, os gens de Olga Imaculada tinham sido mais preponderantes que o de Stefan.
Olga - a filha de 24 quatro anos - era calada, não tão linda como suas duas irmãs, mas igualmente bela. Tinha uma presença marcante, daquelas que deixa qualquer homem interessado. E agradava a cada minuto passado pela firmeza de suas atitudes. Lembrava a ele, uma colega de faculdade que muito prezara, Adalgiza. Mercedes, a caçula, era espevitada e cheia de vida. Com aquele seu sorriso, e aquelas duas covinhas formadas pelo mesmo em sua face, conseguiria o que quizesse, até do Papa.
Mas dois motivos, fizeram daquele relacionamento que Pedro achava que poderia se manter por algum tempo, mais do que passageiro, fora relâmpago. Dolores era noiva, e Juan - que chegou logo a seguir - tinha cara de ser um bom rapaz. Seu aperto de mão foi extremamente forte, como que ele quizesse com ele, delimitar o seu perimetro de ação, que tinha como centro gravitacional, sua noiva.
O segundo motivo foi Olga, ou melhor algo que Dolores disse a ele na varanda do apartamento de seus pais, aproveitando a ida de Juan ao banheiro e que fez para Pedro todo o sentido. Pedro desculpe não avisa-lo de Juan, mas o que passou passou. Foi divertido, pois, teve inicio, meio e espero que um fim, Leve em consideração que foi uma despedida de solteira. Como Pedro estampasse em sua face uma expressão de total estupefação, ela complementou; não faça esta cara de espanto, pois, para quem na fila do check in portava uma aliança na mão esquerda, e na espera das malas nenhuma, você estava afim de uma aventura. A teve. Espero que tenha se divertido, e tente se contentar com isto. Andiamo baby!
Abandonado a seguir na varanda, ele concluiu imediatamente que Dolores estava certa. Talvez não fosse a frouxidão da aliança em seu dedo, a verdadeira razão de não estar usando sua aliança, Gostava de Martha, de todo o pacote que vinha com ela, mas nunca tivera convicção daquele casamento. Mas Mercedes, não o deixou prosseguir em seu pensamento: estou no terceiro ano de arquitetura. Dolores se formou este ano, e estamos pensando em montar um escritório. Fale-me de sua profissão.
Ele olhou para aquele prototipo de mulher linda e sorriu. Não havia muito a se falar. Era mesmo arquiteto, mas esta não era na realidade, a sua primeira função. A primazia recaia no fato de ser marido de uma mulher muito rica que tinha contatos extraordinários em virtude de ser filha, de um casal abastado, que representou a um certo tempo, a união de dois únicos herdeiros, de duas, das mais importantes fortunas do Rio de Janeiro. E isto imediaramente selou a sua vida profissional. Uma chuva de projetos caiu em seu colo, sem que ele precisasse lutar pelos mesmos. Ele mesmo não sabia como explicar para aquela pirralha sua história, outrossim, ao invéz de responder ao que a ele fora perguntado, fez a sua própria pergunta: e Olga, o que faz? A resposta foi instantenea: psicologia, ela é o lado racional desta familia.
Ambos riram, mas Pedro sentiu de pronto, que de alguma forma tinha que se aproximar de Olga. O destino o colocara ali, por caminhos tortuosos, para ele a conhecer. Afinal, desde o primeiro minuto foi ela que o atraíu, como Adalgiza o fizera anos atrás na faculdade. Ao voltarem a sala, para a sua tristeza, foi informado, que Olga havia se recolhido, enquanto o casal Dolores e Juan trocavam caricias no sofá, a chefe da familia desaparecida na cozinha e Stefan se encontrava a minutos de encapotar. Hora de levantar acampamento.
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