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quarta-feira, 20 de junho de 2018

PAPO DE BOTEQUIM: NUNCA ESTAGNAR-SE

Ainda estou por aqui. Cavalos a se examinar e por ventura serem adquiridos, E afinal tomar água de coco, em frente ao Atlantico ainda me atrai. Mas vamos ao que interessa, pois, aqui vendo as montanhas de meu Rio de Janeiro, me sinto nostálgico.

Descobri, ainda muito cedo em minha vida, que não era gênio. Confesso a vocês que no inicio foi frustante, mas logo me acostumei com o fato. E não só me acostumei com este fato como também o de ser apenas um razoável praticante do tennis, do futebol, do volley de praia e do jiu-jitsu. Fui arquiteto e agora sou Flamengo, Salgueiro, agente e analista de coisas relativas ao turfe e deixo a vocês o encargo de qualificar-me nestas duas últimas atividades.

Temino no Jornal do Turfe uma longa jornada que durou quase duas decadas. Foi legal, e penso bastante em parar com o blog também, pois, o tempo consumido para ler e descobrir coisas já é grande. Agora transmiti-las aos leitores, mais do que o dobra. E tempo é coisa que quando se passa dos 65, a gente preza demais.

A vida o leva a lugares inimagináveis dentro das circunstâncias que nos envolvem.  Vocês já ouviram aquela frase que se você não controla as circunstâncias, as curcunstâncias controlam você? Pois é, ela é veridica.  Quando poderia imaginar que deixaria o Rio de Janeiro e iria morar por mais de 20 anos, em Lexington, no Estado do Kentucky? Que enfrentaria temperaturas baixas, neve, tornedos e centenas de red-necks, que não conseguiam decifrar o que eu falava.  Como também eu não nos entendia. Sofri uma segregação natural, aquela de ser um latino - para eles - um pouquinho melhor que os mexicanos que escovavam os cavalos e de um pais que eles nem tinham noção de qual seria a capital. Não estou exagerando. Isto foram para mim, o final dos anos 80. Uma vez, em um almoço, o então editor chefe da revista blood-horse - uma cara que prezumivelmente deveria ser bem informado - aproximou-se de mim - com extremo cuidado, como eu pudesse ser uma expécie de canibal - e perguntou por que eu vinha adquirindo tantos cavalos em Keeneland e Fasig-Tipon? E eu respondi com a maior naturalidade que alguns para correr e outros para reproduzir. Ele franziu o cenho e arriscou o que queria mesmo perguntar: se tinhamos hipódromos? Contive-me e respondi que poucos, mas que treinando e correndo na praia já dava para vir aos Estados Unidos e ganhar deles. Ele que era ignorante, mas longe de ser burro, entendeu imediatamente o limite de paciência em que eu me encontrava e mudou de assunto. Dias depois, me telefonou e me relatou surpreso que a revista que dirigia, tinha mais de 100 assinantes no Brasil. Não lhe relatei que eramos um pais de centena de milhões de habitantes, para não constrange-lo, ainda mais. Ele pediu desculpas por sua ignorância, e tornamo-nos bons amigos. Está claro que era ainda o inicio dos anos 90, mas eu não conheci pessoalmente Napoleão Bonaparte, porém, sempre soube que ele se tratava de um general importante do exército francês, que montava um cavalo branco. Pois bem, foi quando pela primeira vez me perguntei: o que estou fazendo aqui?

Pois é, até 2006 me perguntei constantemente sobre isto, foi quando uma belo dia dei um basta. Pois, acreditava que tinha a resposta e me transferi a seguir para Hallandale Beach. Meu grande amor, o Atlântico, exigia minha presença de volta. Porém, anos antes eu queria estar no centro da atividade que havia escolhido para exercer. Acordar pela manhã, ir ver Seattle Slew, Secretariat, ou as grandes éguas residentes na Lane's End e na Juddmonte Farms e de lambuja visitar o cemitério de garanhões da Claibone Farm. Isto para mim era sempre um estimulo. Tem gente que ama entrar na Prada, ou no Metropolitan. Eu amava ir a Claiborne.  São recordações que jamais se apagam de sua mente. Sabem quantas vezes visitei Allez France na Lane's End? Umas quatro vezes, pelo menos, até a sua morte, acho que no inicio dos anos 90. E não foi apenas por ser ela uma filha de Sea-Bird, então o maior timeform da história. Mas também por ser a mais conceituada corredora até ali, descendente direta de La Troienne. Ela não só representava história, como era parte da mesma.

Quando comparecia, como o fiz por quase duas décadas, ao Preakness Stakes, ia um pouquinho mais longe só para ver Northern Dancer. Porque, para mim, esta era a inspiração de quem ama esta atividade e quer de alguma forma participar dela com relativo êxito. Desta forma na Inglaterra estive mais dias em Newmarket do que propiamente Londres. E quando morei em Chantilly, não me limitava a saborear seu creme.

E é ai que você se imbuiu de uma realidade dura, porém real: a que quanto mais você aprende, descobre que mais tem que aprender, pois, na verdade, pouco se sabe. Conversei, me  relacionei trocando idéias e informações com as melhores cabeças do mercado. De John Aiscan - meu vizinho - a Tony Morris, um cara extraordinário de poucas palavras e menores ainda amigos. De George Blackwell a Alejandro Lilienfield. De Paul Mellon a todo e qualquer criador da área de Lexington. De Sir Henri Cecil e Vincent O'Brien a François Boutin e D. Wayne Lukas. Com todos aprendi algo. Ouvi mais do que disse e assim fui montando mrha base de conhecimentos.

Não sei tudo. Mas acredito que um pouquinho aprendi. E pelos resultados que até aqui obtive em pista, com cavalos que selecionei ou ajudei a alguém criar, tenho plena convicção, que o que sei dá para o gasto, mas bem longe ainda de onde gostaria de chegar.

O tempo é implacável. O relógio infelizmente não para. E quando se olha, você passou dos 60, e ainda não teve o ensejo de ganhar o Arco e o King George. Embora seus sonhos creçam a medida que os desafios forem vencidos. Eu queria o Brasil, depois o Pellegrini e depois de consegui-los achei que poderia alçar vôos maiores. Não ganhei, mas pelo menos corri com cavalos brasileiros o Arco e o King George.

Sei que devia me dar por satisfeito, já que com cavalos brasileiros cheguei ao Santa Anita Hcp. e a Dubai Cup, mas embora tenham sido êxitos gratificantes, você anseia por mais. Muito mais! Preferencialmente aquilo que parece impossível para muitos. E talvez seja isto que o faça desenvolver-se. Nunca estagnar-se.

Devido a tudo que foi explanado acima, me desanimo quando nas mesas da Gávea e Cidade Jardim, vejo seres humanos, de indicutivel alto indice de inteligência fora do hipódromo, dizer com a maior desfaçatez, asneiras que fariam o Stanislau Ponte Preta montar seu terceiro Febeapá. As pessoas não leem, não pesquisam e possuem mais certezas do que eu, que saio atrás que nem um viciado de informações e cada dia me vejo mais, cercado de tantas incertezas. Invejo-os, pois não saber o tamanho do burado, as vezes alivia -o durante a queda...

Volto a repetir. sem impáfia ou sapiência. Ninguém nasce sabendo. Até o japonês leva dois anos para dizer papai na lingua local. E eu aos 67, não sei. Tudo pode ser aprendido. Basta sair atrás. Eu tento e a cada semana descubro algo, que pode aumentar em 1% minhas chances de atingir aquilo que quero. Não sei se vou chegar lá, pois, o tempo é curto, no momento que já cruzei o cabo da Boa Esperança. Teóricamente tudo que vier agora, parece ser lucro.