sempre leio com atenção no blog as suas alternativas que usa quando vai as compras fora do mercado brasileiro. Guardadas as devidas proporções, são as dificuldades que encontro no mercado nacional quando pesquiso fêmeas. Preciso abrir mão da campanha das fêmeas, faço um primeiro filtro pelo pai, mãe e avô materno, passando após pela forma de correr e linha materna, a maioria das pesquisas não me levam a lugar algum.
Na minha última pesquisa, uma égua de 6 anos e 1 vitória, filha de Roderic O' Connor em mãe Ghadeer me levou até a matriz americana Wont Tell You... Na hora me lembrei do senhor, Gameiro iria suspirar com um pedigree com duplicações em Plucky Liege e Marguerite, desta pintura para mim foi o motivo de ter gerado algo como AFFIRMED. Aí eu lhe pergunto, como fazer duplicações femininas no Brasil sem dar a devida chance ao reprodutor nacional?
Se pesquisar vai verificar duplicações até na mãe de ST. Simon, ST. Ângela, antes de 1.900 pessoal fazia as duplicações femininas. Abraço.
Marcel Bacelo
Affirmed ao pé de sua mãe
Marcel,
Para infelicidade sua e geral da nação brasileira, eu vos declaro coberto de razão. Em outras palavras, você está absolutamente certo.
Não é do teu tempo, mas existia na televisão um programa chamado o Céu é o Limite. Apresentado por J. Silvestre na pioneira Tv Tupi, estabilizada no antigo Casino da Urca. A cada semana os prêmios aumentavam e as perguntas se tornavam mais difíceis. Esta que você me fez, como fazer duplicações femininas no Brasil sem dar a devida chance ao reprodutor nacional ? Se feita no primeiro programa acarretaria a derrota de qualquer candidato.
Outrossim existem opções, como por exemplo Torrential e Agnes Gold, ou o recém trazido Camelote Kitten e Wild Event. A primeira que era tremendamente factível, pois por anos foram reprodutores que serviram em haras vizinhos de cerca, infelizmente foi ignorada. A pergunta passaria a ser porque?
E eu tenho a ,minha opinião. Acho que nosso programa de coberturas e de criação, carece de metas e peca por falta de objetivos. Quem procura, acha!
Evidente que se seu objetivo for melhorar o nível dos pedigrees, tendo como base os pobres mensageiros que conseguimos trazer, a utilizaçáo de imbreeds em chefes de raça e duplicações em matriarcas passa a ser uma alternativa. E suas metas passarão a ser procurar quais os cruzamentos que tornarão possível seu estratagema.
E ai você pesquisa e descobre que desde King Salmon e Swallow Tail, e Fort Napoleon e Formasteurs, que os grandes criadores da antiga, no Brasil, assessorados por estudiosos britânicos, assim o faziam. E com isto estabeleceram sua própria raça e por anos dom minaram a situação. Ou estarei divagando na marmelada?
Metas e objetivos devem ser traçadas, antes do inicio de qualquer projeto. Momento de Alegria e Acteon Man, é um cruzamento que para mim vai dar samba. O primeiro foi adquirido para padrear as filhas do segundo. Um projeto de médio prazo, mas que se der certo - e eu acho que dará - criará um raça dentro das terras daquele que o bancou.
A mãe de Affirmed é uma obra de arte genética, mesmo sendo um cruzamento, a primeira vista de pouca valia. Imaginem Crafty Admiral em uma mãe Volcanic. Pior do que isto só discurso de Dilma ou diarréia crônica.
Mas olhem suas duplicações em duas grandes matriarcas em seu pedigree e as 17 linhas de St. Simon, distintas por 11 mensageiros, sendo cinco machos e seis fêmeas, formadas pelo mesmo. Isto não seria um linebreed Tesiano?
Este foi o real ponto de sustentação de Affirmed, uma cavalo reconhecido por sua bravura e infinita vontade de prevalecer. E tendo como adversário outro elemento de grande poder genético e fisico, Alydar.
Vou te contar uma história, um dia eu estava em Keeneland com o Jose Carlos Fragoso Pires Junior, e divisamos uma potranca, que descendia de Wont Tell You. Era uma filha de Time for a Change e cuja mãe era por sua vez filha do execrável Red Native, mas ela própria neta de Wont Tell You. Uma pintura de potranca e afirmo que depois de Cara Rafaela, foi a potranca mais cara que adquiri para o proprietário de nacionalidade brasileira.
Lady Tell You foi invicta em três apresentações, foi reservada para a reprodução invicta, onde veio a gerar a três elementos ganhadores de provas de grupo. Com certeza a razão potencial desta inesgotável transmissão de classe, não era advindo de Time for a Change - que fracassou reprodutivamente - nem muito menos de Red Native, um perfeito zero a esquerda. Para mim veio de Wont Tell You. Mas na hora da decisão, você tem que acreditar que esta força será capaz de furar o bloqueio de possíveis eletricistas. Graças a Deus que o José Carlos teve esta percepção.
Suas metas e objetivos coadunam com os meus. Pesquise o pedigree das champions Giulia e Estrela Monarchos, e constatará que as coisas não acontecem por acaso. Logo é pesquisar que de vez em quando algo aparece.
Abraços
Renato Gameiro

