FLIGHT TIME, ARROCHA E QUARTETO DE CORDAS
Quando era rapaz, se algum me convida-se para o blind-date e qualificasse a menina que iria conhecer de simpática, eu desaparecia, antes de me acostumar com a idéia. Aqui entre nós, simpática para as mulheres e bonzinho entre os homens, eram um sinal de alerta. Do tipo corram se querem sobreviver!
No futebol, quando alguém diz que é um time arrumadinho, garanto a vocês que é goleada ana certa. Vejam o Guarani, um time considerado organizadinhos, que o Flamengo tanto se valorizou de ter metido seis. O Santos este fim de semana meteu outros seis. Logo, não existe em atividade alguma, alguém que seja simpático, bonzinho ou arrumadinho que domine a situação.
Com cavalo de corrida, uma designação que me irrita, é um cavalo honesto... Honesto porque que? Por que tenta e não ganha? Ou que ganha e pouco tenta? Por não derrubar seu jockey? Por não se recusar a treinar cedo pela manhã? Por se deixar montar? Para mim, entre cavalos de corrida, existem os bons e os ruins. A terminologia honesta me parece sumamente duvidosa, embora em mais de uma vez, eu mesmo tenha usado este termo, por não encontrar outro.
Pouco a pouco tenho me policiado e evitado de usá-lo. Outrossim confesso que não sei qual o termo a usar para os cavalos brasileiros que ganham grupo 1 no Brasil, que são considerados superiores em nosso território e atualmente vão para os Estados Unidos e nada fazem. Quarteto de Cordas, a despeito de não ter tido nenhum tempo de aclimatação, não mostrou absolutamente nada- O mesmo pode ser dito de Arrocha, que embora tenha feito tudo certinho, não se colocou até aqui em pelo menos suas primeiras inventivas. E não satisfeitos, aquele que aos dois bateu na primeira prova da tríplice coroa, First Flight, estréia no paupérrimo hipódromo de Ellis Park, num Stakes de baixa dotação, e não passa de uma oitava colocação, entre os dez participantes.
Poderíamos os chamar de pelo menos honestos?
O que estamos criando, cavalos bonzinhos? Simpáticos? Arrumadinhos?
Nada posso dizer sobre os profissionais responsáveis por Quarteto de Cordas, pois, não os conheço. Quanto a Flight Time está com um treinador mediano, mas com a vantagem de conhecer o cavalo brasileiro. E Attocha, está com aquele que considero dos melhores, mas completamente desconhecedor do cavalo brasileiro. Mas seriam estas justificativas aceitáveis para seus fracassos?
Existe uma queda genética em nossa criação. Disto não tenho a menor dúvida e tenho berrado incessantemente aqui, embora não veja em outras publicações esta preocupação. O blá-blá-blá é intenso e não nos leva a lugar algum. Mas seria ela tão critica a ponto de diminuir a esta nível competitivo de nossa participação no cenário internacional?
Já está provado, por malfadadas experiências, que fazer tratamentos de pyroplasmose para se exportar, não nos tem trazido bons resultados. Ruim para quem compra e péssimos para quem vende, pois, pouco a pouco acaba com o mercado. O cavalo lá chega. vira a bunda para o cocho e quando corre fracassa. E ai alguém nota e pensa e no Brasil este cavalo era invicto. Vide Too Friendly, que era um muito bom cavalo. Foi levado a um tratamento de pyro e morreu. Então não seria melhor tentar erradicar os carrapatos de nossos campos, sendo ele o transmissor desta doença?
Fala-se muito do mormo. Mas quantos cavalos de corrida foram pegos com mormo? Penso que o número deles em relação aos portadores da pyro, seja ínfimo. Sou leigo no assunto, mas acho que deveríamos instituir um obrigatoriedade de apresentação
ao de um certificado de exame de pyro em leilões chancelados pela ABCPCC. Como também de um jogo de pelos menos 64 fotografias ósseas.
Se tornarmos obrigatório estes exames, e dermos chances para um preço de grupo, isto facilitaria o custo e criaria uma imagem de confiança no comprador. Do contrário, garanto a vocês que passa a ser menos temeroso comprar em Keeneland.
SEI LÁ. MAS ALGO TERÁ QUE SER FEITO
