Foi um festival do GP Brasil que superou as minhas expectativas, que me trouxe confirmações e ensinamentos, tais como: que aqueles criadores que reservam sua produção exerceriam uma certa dominância no calendário clássico nacional, bola cantada há muito tempo atrás pelo Adolpho Smith de Vasconcelos; que esses criadores exercem um valioso trabalho de curadoria porque ao reservar sua produção não tem compromisso com o mercado e assim dão oportunidade aos garanhões nacionais criados em casa (Roi Normand que brilhou como avô materno da ganhadora do Suckow Gata Y Flor, tem sua manutenção nas mãos desses criadores); que esse festival premiou esses criadores dando a primeira prova de grupo para Al Arab (Redatores/Roi Normand) do Haras Figueira do Lago; duas provas de grupo 1 para o Doce Vale que mantém sob duas lides dois Roi Normand, Ay Caramba e Flymetothemoon, descendentes que são daquela que foi a estrela desse festival, Court Lady, que num futuro próximo com o Pimper’s Paradise o mesmo Doce Vale poderá explorar um Rasmussen Factor fórmula 1 com essa matriarca, coisa que há tempos já deveria estar sendo feito por outros criadores com o desprezado Molengão; que o Red Rafa que reserva também a sua produção tem uma jóia em casa, o garanhão Gober, cujos filhos tiveram participação destacada nesse festival; que o Chesapeake do José Glaser que bancou praticamente sozinho o seu Setembro Chove levando a sua produção ao mercado que tanto despreza o cavalo nacional, merecidamente levou seu grupo 1 como criador com um neto do mesmo Setembro Chove e por muito pouco não foram 2: que o Haras Regina do Sergio Coutinho Nogueira entusiasta e investidor cuja criação dialoga tanto com os garanhões estrangeiros como os com os nacionais não poderei ter ficado de fora da premiação, levando para casa mais um Presidente da República, ou seja, as provas clássicas do festival ficaram todas em boas mãos.
MARCELO AUGUSTO